Amigo é coisa para se guardar... essa frase não é minha e sim do mestre atuante senhor Milton Nascimento, cantor e compositor mineiro. Gosto muito de fazer amigos, conhecer pessoas, entender comportamentos e dividir bons momentos.
Tinha acabado de chegar no interior, e logo percebi que muita coisa tinha mudado depois que sair de lá, aproximadamente 20 anos. Não sou nenhum Gabriel Garcia Marques, mas tenho muita vontade de escrever sobre minha infância, exaltando o tempo inteiro a importância de uma criação interiorana, gaiolas,cantos, bois, avós, beijos, frutas e muita zoação.
Liguei para um amigo " das atigas", e perguntei se ele tinha algum treino em vista. Ele foi categórico na resposta, sim e agora. Foi só o tempo de colocar o tenis e aguaradar a sua chegada.Íamos treinar em uma trilha que não conhecia, fora da cidade, e com um puta visual.
A garoa insistia em cair, o frio começava a chegar, era início do inverno, época junina, tempo bom para tomar um licor...Sentado na sala da casa dos meus pais, ainda calçando o tênis,ouço a buzina do carro em 3 repetições, em frações de segundo passou um relance em minha cabeça ( era essa a buzina que meus amigos usavam para me chamar para curtir quando tinha 14 anos de idade).
Percebi que ele não estava sozinho no carro, tinha mais um camarada com ele no banco da frente, comprimentei os dois e logo em seguida ele me apresentou seu amigo, um magrelo alto,careca , muito simpático. È super comum pessoas que particam esportes estarem de bom humor!
Rumo a trilha nova, percebi que ia ser mesmo casca grossa, do jeito que eu gosto, sem sofrimento não tem conquista .
Alongamos e partimos para o pico da montanha, no início percebi que o amigo do meu amigo era um iniciante, porém muito determinado, trocamos algumas idéias e logo em seguida ele falou que seu paia era muito amigo do meu pai. A partir daí, comecei a considerar o máximo possível, pois os amigos do meu pai, também são meus amigos. A chuva ainda garoava muito, os tênis sujos de lama, muita areia , muita cerca e muita vontade de chegar ao ponto X. Passamos por lindos lugares, e muitos inóspitos também. Superamos juntos a dor, o limite da vitória. Uma coisa me chamou muito atenção do bate papo com o amigo do meu amigo, ele falou que já tinha tido câncer, e que o esporte curou ele.
Nossa, achei aquilo o máximo, mais uma vitória da força de vontade,da persisência, da busca da faixa de chegada.
Pois é cara, aqui fica mais um pequeno relato de possoas que o esporte me apresentou e que tenho muito orgulho de conhecer e dividir com vocês essas experiências de vida.
Valeu amigo Zão, foi um prazer em te conhecer.
Abraços
