sábado, 27 de dezembro de 2008

Uma dúvida Sr.Noel




Meu querido papai Noel!

Dessa vez eu prometo que que não vou fazer uma lista enorme de presentes. Vou me comportar e pedir somente uma coisinha, com sua permissão claro!
Sr Noel é o seguinte, já faz tanto tempo que não consigo entender porque amar é tão difícil,pra começar o senhor poderia me ensinar o verdadeiro significado do amor, é porque eu sou muito pequeno e a minha aula sobre amor a minha professora faltou, ela estava doente. Minha mãe me disse que amor é quando papai chega do trabalho e beija ela com muito carinho.Mas com o tempo esses beijinhos nunca mais apareceram,e agora?!
Outra vez sentado na escada do prédio da minha tia, perguntei ao porteiro o que era amar, e ele falou que era o filho dele.Mas o seu pequeno só anda chorando e sentindo muita dor por causa das palmadas que toma no dia a dia. Será que o amor dói tanto assim?!
E aí Papai Noel, você poderia me responder o que é amar, tenho essa dúvida e essa resposta seria o maior presente da minha vida. E para não passar em branco, se amar é o que estou pensando o senhor poderia trazer pelo menos uma dúzia, é porque a minha família é muito grande e acho que aqui já tem um tempo que não existe isso, AMOR!
Valeu Noel você é um velhinho fofo!


Foto - www.esvaziandogavetas.blogger.com.br

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

O encontro de Lobato com o Minotauro


Escravo de Jô jogava cachangá ...
Uma cantiga bonita na boca de um manguaço
Pedia mais uma dose com seu “ fígo” de aço
Mais uma talagada faz zig, zig, zag.

Na pior da hipótese, era o mau do Minotauro
Que fazia do seu amor, um eterno labirinto
Podia gritar até o fim
Mas o seu coração estava liquidado

O mau do Minotauro fez um novo Lobato
Sem rumo, audição, percepção e tato
Uma calça sem cinto, “ sinto muito”.
Uma camisa,um botão e um quase sapato

O Minotauro agora Lobato
Fazia da rosa rosa um estuprador
Olhos afogados em lágrimas de mercúrio
Um coração submerso no rancor.

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

INSTINTO NA RUA 13 – 1° PARTE


1:13 da madrugada, não estava de porre mas tinha que andar muito para chegar em casa. Naquele momento não existia mais ônibus, táxi sim, mas grana que é bom nada. Era um estudante delirante, porém muito observador.
Sabia que faltavam várias avenidas para chegar a casa, mas, nesse dia resolvi cortar caminho. Sabia também que estava correndo grande risco, mas, resolvi acreditar na força do instinto. Passei pela rua Tánigas, cruzei a Barbosinha e dei de cara com a famosa 13.
Estava um pouco escura, alguns bebuns deitado ao chão, pedintes em ativa liquidando um lixo hospitalar e drogados fazendo a rodinha para matar ou “ morrer” a última pedra de crack. Sentir um pouco de medo mas, o meu instinto era ainda muito mais forte.
Não acreditava no que via a 13 era mesmo muito pesada. Uma senhora negra de aproximadamente 100 quilos, com uma trouxa de roupas na cabeça aparecia do nada era estranho, o que uma senhora estava fazendo alí aquela hora da noite? Perguntei-me várias vezes, e quanto mais ia me aproximando dela mais o questionamento aumentava.
E o interessante era que cada vez mais um odor de enxofre ia aumentando... Já perto da Senhora que permanecia com um olhar fixo em meus olhos, dei de conta que estava entrando em uma fria. Mas o meu instinto era muito forte, e não deixava eu mudar de calçada nem a pau. Faltando mais ou menos uns 2 metros, esse odor muda para um cheiro de rosas vermelhas.

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INSTINTO NA RUA 13 – 2° PARTE

... boa noite senhor ? – Indagou à senhora
- Boa noite - respondi meio trêmulo
Olhei firme em seus belíssimos olhos azuis, e rapidamente desci a vista percebendo que seu pé tinha um formato de pata de boi. Decidir de última hora não olhar para trás e aumentei a velocidade das minhas passadas. Suei um pouco frio mas, faltava muito pouco para chegar em casa .
Não satisfeito como susto que passei o destino resolve aprontar de novo. E em frações de segundo passa por mim, uma criança barbuda com os dedos da mão esquerda todo mutilado. Não parei para perguntar nada, só que fui surpreendido com um simples sorriso inocente. Sorri também, mas não parei. Continuei acelerando minha caminhada...
Enfim minha casa, mas a casa onde morava não estava no mesmo lugar, e algo de estranho estava por acontecer. Sono ou medo, eis a quetão...

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Sentada no colo de Papai- Dedos insólitos

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Texto por Menina Maria
Idade 15 meses
03/12/08
Sentada no colo de papai
Denominei esse “letrado” de Dedos Insólitos
Amei filha, amei

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Bala de Revólver 1- Cacete Armado


... o tiro foi dado.
- Corre que agora os caras não estão pra brincadeira, êta porra fudeu, corre caralho.
- Peraí merda, não tem como correr a cerveja esta geladinha.
- Joga logo esse copo no chão cara, é bala de revólver.
- Não, não e não. Não jogo minha geladinha no chão nem a pau, é o meu primeiro gole do dia não vou esperdiçar minha lourinha por causa de um neguinho tirado a valentão.
- Então tá, aproveita e bebe logo isso e deixa um golinho pra mim.
- Tá vendo Pinto, que você ia querer um pouquinho da minha galeguinha.
- Você Boi, é um bom sacana. Eu vi quando o maluco puxou o revólver e atirou, e correndo o risco de receber o balaio nos peito , paro no meio do bafafá para te avisar e você agora fica me negando um gole de cerveja. Faz o seguinte, além de beber a cerveja meta o copo no meio do seu cú, viado.
- Ahhhhh, que gelada deliciosa, ummmmmmmmm que maravilha, isso é uma nécta dos deuses.
- Fique aí tirando essa onda toda, e não continue deitado o chão não, seu bufa fria.
- Quer um gole Pinto? Ôps, acabou!
- Que otário, eu juro que essa cerveja vai lhe dar uma ressaca que vc não vai querer beber tão cedo, seu corninho.
-Pinto faz o seguinte, já que você esta mais perto do frezer, levante bem devagar com cuidado e encha essa copinho para o seu velho e amigo Boi, vai, enche aí!
- Urgh......

* Foto por http://altovolta.apostos.com/archives/argot.gif

sexta-feira, 28 de novembro de 2008

UMA COISA GOSTOSA DE COMER...


O telefone toca, era um amigo de infância. Queria saber o que eu estava fazendo, e perguntou logo em seguida se eu já tinha jantado. Falei que estava de bobeira, e que não tinha comido nada depois do almoço. Estava com muita fome, mas não estava a fim de sair pra comer na rua.
O sacana era um malandro de última categoria, sabia como me tirar de casa. Convenceu-me de primeira, propôs se eu fosse com ele comer alguma coisa, ele pagaria pra mim. Eu topei, mas com um, porém, além de pagar o rango tinha que passar aqui em casa pra me buscar, “... quem convida dá banquete.”
Vestir a primeira bermuda que vi na frente, coloquei uma camisa amarela que tinha ganhado da minha mãe e sair azuretado, o gordinho era fiel aos horários marcados. Não podia o deixar esperar.
3 minutos já estava no elevador e com 4 já aguardava o mané na portaria. Recebi um sinal de luz do início da rua, dei uma boa noite ao porteiro e fui de encontro ao carro dele. Abrir a porta e de cara já recebia nas alturas London calling, The Clash 1979. Era o rock que pairava nos encontros de amigos.
Cumprimentei com um simples “colé viadao” e fomos ao rango. No caminho conversamos um pouco de tudo, principalmente sobre música. Falamos também de mulheres, claro, o sacana estava amando uma gringa, muito engraçado. Criticava a todo custo os costumes dos estrangeiros, já tinha 2 semanas que namorava com a menina, e nem se quer rolava um peitinho.
Ao chegar ao bar, pedir um hot com bastante mostarda e um refrigerante. Ele ainda indeciso não sabia o que pedir, acabei de comer tudo e ele nada. Pedir o segundo e ele resolveu me imitar, fazendo o mesmo pedido agora sem mostarda. Os dois de barriga cheia já arrotando que nem 2 porcos de quintal chegaram a uma simples conclusão:
NÃO ERA EXATAMENTE ISSO QUE QUERIA COMER, QUERIA UMA COISA GOTOSA MAS NÃO SEI O QUÊ.

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

A independência da puta é o gigolô que apanha...



Meu amor não era fictício
Que nem o seu nome de trabalho
Passava horas na janela de casa
Para sentir a sua fragancia de camelô

Apaixonado por uma puta
Não entendia o porquê
Não se deve entender o amor
Se entregar é preciso

Sou um pobretão roto
Sem dinheiro no bolso
Vê-la com outro
Me traz desgosto

Lúcia a puta, Ramon o gigolô.
Lúcia batia em Ramon
A independência da puta é o gigolô que apanha...

domingo, 16 de novembro de 2008

ENTRE A CRUZ E A ESPADA


Certamente ela já sabia o que queria
Não se comportou como devia
Meteu os pés pelas mãos
E acabou sem coração.

Agora largada entre a cruz e a espada
Balbucia um canto para passar a chuva
O seu destino estava no esgoto da cidade
Foi lá que entrou, e morreu sem piedade.

Entre a cruz e a espada
Sonhava em conhecer São Jorge
Foi pega de surpresa pelo dragão
Que cuspiu fogo na sua imagem e no seu coração

Assim foi Eugênia, a mulher do vestido vermelho.


* FOTO POR OLHARES.AEIOU.PT

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Ligando para alguém, para falar com ninguém...


“... em que posso ser útil senhor”? “ ... senhor , poderia digitar seu CPF, ou seu RG por favor? Ok senhora, tome aí, 275648903356, agora senhor o senhor poderia digitar o seu número do sapato bico fino, ok senhora, tome aí, 42. Agora o senhor poderia digitar o cpf da sua bisavó por parte de pai, de pai viu senhor, pois de mãe é em outro setor, caso o senhor queira mudar é só ligar para 6578292001-04546, e quando eles pedirem o número do seu CIC, você digita o CPF dela. Mas senhora eu não... caramba caiu de novo.
Sabia que tudo podia acontecer naquele momento, por isso segurava o meu desespero e mantia a todo custo a minha paciência. Voltei a ligar mais uma vez, agora pra outro número, o número que o amigo do meu colega deu. Pois ele tinha um tio que trabalhava nesse setor, e que não tinha como dar errado. Liguei com ar de que o mundo era dos mais espertos.
- Para falar com o setor de pachorra ao cliente, ligue para 5667738990222644, para falar com o setor irritação ao cliente você liga para 555555555555,ramal 6666666666,sala7777777, e para falar com um de nossos atendentes diretamente você não faz nada, coloca o telefone de molho na orelha esquerda, depois muda para orelha direita e aguarda uns 50 minutos até sua cabeça estourar de raiva. Caso isso não aconteça, ligue mais tarde, mas não ligue meio dia não, pois estaremos almoçando. O banco LHE FAZ DE BOBO S.A agradece e tenha um bom dia.

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

A menina do ascensor


Já estava quase na hora, precisava a qualquer custo pegar aquele elevador. Chamava desesperado, batia várias vezes no botão de chamada, até parecia que ele viria mais rápido. Andava para um lado e para o outro. Sempre de cabeça baixa, e com a chave da moto na mão esquerda rodando sem parar entre os dedos. Olhava o relógio a todo instante, e conferia em mente se estava tudo ok.
Percebendo a chegada do ascensor dou o último retoque na camisa gola pólo. Puxo agressivo a porta, e deparo com uma lotação de estudantes mirins. Dou um singelo bom dia, e ouço como resposta várias vozes infantis de sono. Uns com cara sonolenta, outros conversando sobre a prova, e eu atento as portinhas que passavam em degrau e degrau.
Chegando ao ponto final, percebi que a molecada se preparava para sair bem rápido, pois o transporte já estava na garagem à espera. Abrir a porta e saltei um degrauzinho, não demorou muito e fui atropelado pelos guris, muito engraçado. “sentado na frente, pedi primeiro!”- disse um deles.
Mas no meio daquela turma toda, tinha uma moça que pouco chamou atenção. Só percebi a sua presença, porque ela pedia calma o tempo todo para garotada.
Ao voltar para casa, já bem mais calmo e tranqüilo espero o elevador sem esmurrar o botão. Dou apenas um toque e aguardo a sua chegada. Ao abrir a porta dou de cara com a mesma senhorita da manhã, dou um belo de uma boa noite e sou correspondido.
Uma pausa dramática rola durante alguns segundos, deu apenas tempo para perguntar sobre a criançada, ela respondeu que aquilo acontecia todos os dias de aula. Quando o papo começa a fluir, sou interrompido por o breque do ascensor, tinha chegado ao meu andar. Dou um tchau bem tímido, confiante em encontra um dia, que não seja no elevador nem com aquela criançada toda.

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

O AMOR DE UM MESTRE DE OBRAS



Ela estava toda linda, muito linda mesmo. A sua pele negra brilhava incandescente aos olhos negros de um negro. Seu cabelo em coque belíssimo, seu lábios pintado em vermelho jambo, um par de argolas em côco seco nas orelhas e uma fragrância da mais pura alfazema natural. Seu corpo era coberto por um lindo vestido copinho de cor azul turquesa, nos pés uma sandália dourada amarrando todo o tornozelo. As suas unhas pintadas em vermelho sangue induziam ao sexo selvagem, era a negra mais bonita do mundo.
Apreensiva na porta do prédio esperava ele tomar uma iniciativa. Queria que ele agarrasse forte e lhe estampasse um beijo cinematográfico. Eles se olharam durante alguns segundos e se beijaram intensamente. Ela estava insegura, queria te dizer algo e ele com uma cara de menino amarelo deslumbrado com tanta beleza de sua amada. Ainda sujo de cimento da obra, capacete debaixo do braço e um odor de cebola roxa debaixo do braço, pergunta o porquê daquela visita inusitada. Ela diante ao seu homem eterno começava a chorar sem parar.
A cena era realmente encantadora, todos ali presente começaram à assistir aquele filme ao vivo. Uma senhora que passava com o seu cão a passeio resolveu parar, o motoqueiro ao entregar a correspondência ao prédio vizinho também parou, o porteiro não fazia mais nada que ouvir a conversa do casal. Os amigos do operário pararam a obra e todos atentos ao diálogo de amantes.
Era mais comovente que final de copa do mundo, era muito estranho, como um casal conseguia passar tanto afeto simplesmente aos olhos. Não deu outra, ele perguntou mais uma vez, o que tinha acontecido, agora acariciando o seu rosto molhado e inchado de tanto chorar. E ela não conseguia falar nada, a não ser chorar,chorar e chorar.
Quando ela resolveu abrir a boca para falar, os telespectadores abriram os olhos e os ouvidos para não perder um só momento daquela novela ao vivo. Ele pedia que ficasse calma, pois o pior que fosse ele o perdoaria. “ ... o meu amor por você é tão puro, que nada nessa vida vai afetar nossa relação”. Quando dei por mim, já estava envolvido também com toda aquela cena linda de amor.
Não deu outra, ela desabafa em uma só palavra, “PA-PAI”. Ele não entende direito e pede pra ela repetir, o que você disse mulher!- exclamou
- Pois é, você vai ser PA-PAI – disse ela
Adrenalina subiu ao extremo, pulou como um louco gritou como se gol tivesse acontecido na copa do mundo. A senhora do cachorro chorava, o motoqueiro comovido, o porteiro ria e todos os seus amigos da obra gritavam ao mesmo tempo, “ Tião vai ser papai”!!!!!

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Mala ou malas ?


Depois de ter passado em quase todas as lojas do shoping, prometi que aquela seria a última. Com os nervos a flor da pele, tentei ser o mais simpático possível com o vendedor que me recepcionava logo na entrada.
-Sim senhor, em que posso ser útil – perguntou o lojista.
- Estou procurando uma mala para viagem (mas será que toda mala não é pra a viagem?)-perguntei e pensei alto.
Muito simpático o vendedor riu, ao mesmo tempo eu também. Quebramos um pouco clima e fomos mais categóricos nas características do produto. Nessa de escolher o material ideal, o rapaz foi verificar no setor de abastecimento se ainda tinha aquela cor. Fiquei sentado e atento a todos que entravam na loja, estava muito cansado depois de ter rodado quase 50 minutos atrás de uma bendita mala para viagem. O rapaz demorou muito lá dentro, e quase ninguém entrou na loja. Tinha muito mais vendedor que comprador, e todos encostados no balcão conversando fiado. Somente um que atendia uma senhora de aproximadamente 75 anos. Fiquei atento àquela venda. A senhora já tinha pedido mais de 20 tipos de sandália, tirei essa conclusão ao olhar o banco onde estava sentada, tinha muitas caixas abertas. Ela pedia uma cor, andava pela loja e se olhava no espelho. O vendedor calçava-a e de cócoras aguardava o próximo pedido. E o mais interessante era que chegou a um ponto onde mais ninguém falava nada, sem falar nos homéricos bocejos por minutos.
Sair da lá sem comprar a mala e a senhora ainda experimentava as sandálias de dedo. Haja paciência!!!!!!!!!!!!

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Amigo-Gordo


...dei mais um grito, ô de casa, tem alguém aí. Isso tudo porque queria muito falar com Maurício. Gritei mais uma vez, percebi que a porta dos fundos estava aberta. Pulo ou não pulo o muro, estava com muita dúvida, pois tinha muito tempo que não ia à casa do gordo, e sei lá está na moda criar pitbul. O gordo tinha dessas de criar bicho valente. Não contei conversa, pulei o muro e continuei gritando, ô de casa, tem alguém aí?! Como ninguém respondia fui até a porta que estava encostada e empurrei. Percebi um sussurro bem distante, parecia que alguém estava desesperado ou estava vivendo um estado de êxtase total.
Parei de andar e gritar, dei mais atenção aos meus tímpanos, o ruído estava mais claro parecia que tinham aumentado o volume. Era algo como um ser nativo fazendo sexo pela primeira vez. Não tinha um grito só, eram vários, vários e consecutivos, tipo filmes pornôs americano.
Dei uns passos até a cena do crime e vi o que na verdade não era pra ver. O gordo atolado até os dentes numa belíssima negra de aproximadamente seus 30 anos. Um pandeiro enorme, um peito lindo e bem duro apontando para o horizonte. Nossa que cena maravilhosa. Continuei assistindo aquilo todo desesperado, doido para entra na festa também.
Uns 3 minutos de cinema ao vivo, o sacana me flagra olhando. Tomamos um susto ao mesmo tempo, mas mantemos o quase silêncio vivo. Aproveitou a situação enterrou o rosto da negona no travesseiro e com gesto feitos pela mão me mandoueu vazar. Abrir os olhos e pedir para ficar mais um pouquinho, ele acenou dizendo não.
No outro dia nos encontramos na escola, foi muita resenha no intervalo acompanhado de sonho de goiaba com açúcar, coca-cola e muito riso.


* foto por R.Grampá

sábado, 20 de setembro de 2008

Super heróis falidos.

Depois dos últimos atentados ao E.U. A, os super- heróis famosos são demitidos em massa. Sem muito recurso para trabalhar, tentam tirar a sorte grande nos países subdesenvolvido da América do Sul, de preferência no Brasil. Para ser mais preciso, vão à Bahia torrar os últimos centavos que lhe restam.
Uns até tentaram fazer um bico no bar do Gibi, mas não tinha perfil para trabalhar no estabelecimento. Outros foram ao SEBRAE fazer curso profissionalizante, mas a maioria segurava seus currículos perante as câmeras da TV Bahia, na Praça da Sé.
Fui pego de surpresa, ninguém percebia tamanha invasão. Os bichos mutantes tentavam abar ganhar as poucas vagas de emprego que tinha no cenário dos desiludidos sociais. Não acreditava naquilo tudo, fui um fã incondicional do super- homem, sem falar nas proezas do homem-aranha, que no fundo no fundo tinha uma certa tara por Mari Jane e Mulher Maravilha. Todas tinham um porte de mulher que quer sempre algo mais...
Nessa de querer sempre ajudar, até mesmo os pobres norte americanos, resolvi ligar para a produção do programa. Deram-me dois números, o primeiro caiu na Polinter, e segundo foi direto com o desempregado. Fui atendido com um sotaque de americano vendendo produto coreano na Praça Castro Alves. Percebi também que estavam literalmente em apuros. Por coincidência quem atendeu foi a gostosa da Mulher-Gato se apresentou cautelosamente e falou que fazia de tudo, até dormi no emprego. Não deu outra, aproveitei a cena, marquei uma reunião rápida e contratei para trabalhar em minha casa.
Temos juntos 7 anos de pura amizade, com casa limpa, roupa lavada e comida totalmente light, sem falar nos treinos no final da tarde.

domingo, 14 de setembro de 2008

Nostalgia de um Vassoreiro!

Nostalgia de um Vassoreiro!
Tinha que correr, não por que estava atrasado e sim por causa da chuva. Era uma chuva bem fininha, tipo aquelas que nos pegam de surpresa quando a gente menos espera. Estava indo para a faculdade, ia apresentar um seminário. E tem essa de figurino, calça social, camisa de manga comprida, sapato de couro e muito gel no cabelo. Era um modelo “ Jonh Travolta”, na época dos embalos de sábado a noite.
Pensei alto com a roupa encharcada de água ao chegar no ponto de ônibus: “Puta que pariu! Essas porras só acontecem comigo, hoje é meu dia!”
O ponto estava entupido de estudante, uns com a cara de sono, outros tentando decorar o assunto da prova e uns sacanas querendo rir da minha desgraça.
Nessa de esperar passar a chuva o ponto foi enchendo mais e mais. Não tinham só passageiros na espera, tinha ambulante pra caramba. E um deles me chamou atenção. Era um vassoreiro, meu Deus há anos não via um vassoreiro na ativa! A última vez que tinha presenciado um cidadão vendendo vassoura foi na época que eu ainda morava no interior, em média uns 10 anos.
Naquele rebú todo, tentava ouvir uma música que saia do bolso do vendedor. Era uma música antiga, brega, mas que passava uma mensagem tão interessante que me chamou muito atenção.
Percebi que os olhos do trabalhador enchiam d´agua, e aos poucos ele foi se envolvendo com a música chegando ao ponto de deixar escapar uma lágrima.
Era um senhor de aproximadamente seus 60 anos, não sei o que passava naquela hora na cabeça dele. Mas o seu coração era tão limpo e verdadeiro quanto um vassoreiro.

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Menina de Asas


As asas postas nas costas da menina
Faz com que ela voe, voe, voe
E de lá de cima ela consiga enxergar
Um mundo de brinquedos e chocolates

Em seus rasantes no oceano
Vê sua face deformada
Em olhar taciturno
Vê os tridentes de Netuno

A velocidade é posta em luz
Que por onde passa acende
Corpos encantados, apontados para o alto
Era mesmo uma menina de asas

Ao som da harpa de ouro
E cítaras eletrizantes
Corta a nuven, em forma de boneco

Sobe em inércia a Deus Lua
Abre os braços seus cantos cama
Dificuldades de planar suas asas
Um sono profundo, em busca de mais aventura.

terça-feira, 2 de setembro de 2008

Seu Amintas.

É certo! Todo local que chego, as pessoas me perguntam em quem vou votar. Procuro ser o mais sensato possível, pois já fui vítima de atritos profundos porque escolhi um candidato que não favorecia ao “perguntador”.
Gosto de política. Tenho um fascínio enorme pela constituição brasileira e às vezes, em bate papo de boteco, deixo claro que a política do meu país ainda tem jeito.
Desde pequeno tenho uma mania de ler tudo que aparece pela frente: outdoor, busdoor, camisas, muros, etc. Era a minha brincadeira favorita com meu irmão quando voltávamos da escola no fuscão verde do meu pai (quem nunca brincou disso?). Acho que esse é o verdadeiro segredo dos marqueteiros. Fazer com que nós, leitores natos, leiamos tudo, independente de boa ou péssima qualidade.
E um dia, voltando do trabalho, tomo um stop do sinal vermelho, bem em frente à padaria de seu Amintas. Tinha algo estranho, o muro do velho padeiro estava pintado de branco. Achei curioso porque seu Amintas era um velho turco e muito casquinha. Não era possível que ele tinha pintado tudo aquilo de branco. Na verdade, seu muro pegava quase todo o quarteirão e eu nunca tinha visto aquele muro pintado em toda minha vida. Pensei: o coroa deve ter recebido uma grana para pintar ou foi forçado pelo exército. Algo próprio que não era.
Um lance não estava no script. Existia uma frase ou um nome escrito bem no meio da muralha. Não consegui ler direito, as letras eram miúdas ao ponto de deixar qualquer lupa em apuros. Persistir na leitura. Deveria ser nome de um político, pois atravessávamos momentos de eleição, mas não, era um citação das mais mercenárais possíveis. " 880 conto para qualquer tipo de propaganda".
Fui surpreendido com uma buzina estrondosa no meu pé de ouvido, o sinal verde tinha aparecido. Sem esquecer da clássica frase de trânsito, “ quer morrer filho da puta?”.
Parti sorrindo. Não sei se do filho da puta ou do miserável do seu Amintas!

terça-feira, 26 de agosto de 2008

A menina do ponto

Uma menina sentada na beira da calçada esperava a chegada da sua condução. Fardada com um belo laço azul na cabeça, uma sandália de dedo nos pés, uma mochila que parecia ter no mínimo uns 50 quilos, e um relógio tatuado no pulso feito a caneta de ponta grossa.
Era incrível como ela se comportava, sozinha à mais de 3 horas no ponto de ônibus, lia um livro de mais ou menos 300 folhas. Ela interagia com cada página lida. Era de admirar suas caras e bocas. Ria, chorava, xingava e chegava ao ponto de se agredir, com vários tapas na coxa.
Passa gente de um lado para o outro e sempre atento aos gestos da pequenina. O curioso que, esse tempo todo no ponto ninguém parava para esperar também. Acredito que ali seria um ponto desativado.
Já por volta das 17h23min, ela olha para o seu relógio à caneta, lança o seu livro na mochila e parti, deixando muitas expectativas nos admiradores. Ficou em dúvida se ia para direita ou esquerda, optou pela esquerda e saiu sem rumo, ou com, não sei direito.

quarta-feira, 20 de agosto de 2008

Lambida de cão cicatriza ferida.

... de quem é esse transporte de pulga, esse vira-lata, essa merda cotó? Eu não agüento mais, toda vez que passo por aqui correndo, vem esse filho da puta e corre atrás de mim. E dessa vez ele conseguiu, mordeu bem no meio da minha canela. Eu vou matar essa peste – retrucou indignado o rapaz desconhecido, com uma das pernas em sangue vivo.
Meio acanhado e morrendo de raiva do cachorro, o dono que era um borracheiro, grita com o bichinho, com um tom de voz que era inconfundível para um homem que estava em apuros. Pediu desculpas ao moço e se identificou como o titular do cão.
O rapaz com uma cara de dor passava a mão perto do local da mordida e pedia que o dono tomasse uma providência. Sem falar muito, o borracheiro arquivava em sua mente, a milésima vez que “Djou”, assim como o cão era chamado, mordeu alguém.
O quase atleta pediu gelo, o rapaz não tinha, pediu pomada, também não tinha. Pediu, pediu e pediu, ele não tinha nada, somente pneu velho, chaves de boca e um macaco. Além disso, tinha também a arcada dentária de Djou, assinada na canela de mais uma vítima.
Desesperado, o rapaz da mordida pergunta se o dog era vacinado. E o dono respondeu que não sabia, parecia que não, mas, não tinha certeza.
- Esse bicho é velho que só o diabo- disse o mecânico.
- Sim, e você não sabe se ele é vacinado ou não - cara de dor.
- Rapaz para lhe dizer a verdade, eu achei esse cão no Largo das Tripas, ali perto da rodoviária . É só isso que eu sei.
- Você que é dono, não sabe, só falta agora você me dizer que ele é de raça!
- Não faço à mínima – em um tom bem baixo.
- Porra é foda, ser mordido por um cachorro vira-lata, velho e capenga em pleno meio dia... Tomar no cú viu.
Nessa de um falar uma coisa e o outro só pela metade, o sangue na perna do valentão já estava seco. Criando uma casquinha dura enramada com os cabelos do local.
Depois de 2 horas de pura negociação, passo pelo local do acontecido. E lá na borracharia, os dois embriagados abraçados falando de cães e gatos.
E o mais interessante, “Djou” ou “Penga” o cão cotó, lambia intensamente a ferida que tinha causado na perna do cidadão. Ferida lambida por qualquer cão, cicatriza mais rápido, conselho de amigo, disse o trabalhador.

segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Meu lado Asimoviano

Poucos são aqueles que conseguem lembrar com o que sonhou. Quando resolvem contar, contam pela metade, " ...sei lá, uma loucura só, um monte gente que não conhecia, em um local que nem sei onde era direito...". Isso é ser Asimov

Perto dos mouros em ordem indiana
As pequenas espécies ativavam as vertigens
Devoravam os defuntos expostos ao sol
E abriam os seus corpos à navalhas


Pobre dos Deuses, que surtavam em frações
A carniça era dada as pequenas espécies
Mas os rinocerontes eram implacáveis
Bicho de força, bicho de aço

O baque era muito grande
As raças entrelaçavam as suas forças
E os fortes permaneciam ativos
E os fracos, cada vez mais oprimidos

As víceras a olho nu
As vítimas mutiladas
As mães choravam em tons líricos
A perda da pequena cria

Pobre de ti, filhos de Judas
Sairás a pé no chão fervendo
Feliz de ti filhos de Jacó
Sairás voando a plenitude eterna.

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

Meu espelho é meu amigo, pelo menos eu acho...

Suando frio e agoniado para chegar logo em casa. Estava nas últimas, precisava de um banheiro com urgência. Não sei se foi o acarajé que me fez mal, ou se foi o hot dog de Lula - um mestre em fazer cachorro quente de rua.Meu Deus, por que será que quanto mais vou chegando perto de casa, mais a vontade vai aumentando?! Entrei a mil, abri a porta em frações de segundo, passei pela cozinha, cortei a sala e entrei com muita vontade no banheiro. Bati a porta, soando um som agressivo pelos quatro cantos da casa. Desafivelei a calça, onde encontrei muita dificuldade para baixar, pois usava um short como cueca, e esse short era de cordão no qual tinha dado um nó. Droga! Puxei com uma força tão grande que o cordão partiu em dois.Sentei no trono como o último imperador da China, mas não agüentava de dor, era insuportável, doía muito, uma cólica “dos infernos”. Pensava em tudo, no acarajé, no hot dog, na pipoca, na lasanha e até na água que tinha tomado no bebedouro público da escola central. Depois de alguns minutos a situação foi amenizando e a minha cara de choro foi voltando ao normal.Estiquei o braço para pegar uma revista, pois não existe lugar melhor no mundo para ler uma notícia que não seja no banheiro. A revista falava de dietas e um monte de asneira feminina para ficar bonita.Depois de tanto esforço, muita bravura e muita leitura, me senti mais aliviado. Aos poucos fui voltando ao normal, e tirei conclusões absurdas da cólica no ser humano.Flagrei-me perante o espelho, ainda viajando, e percebi que não estava sozinho e que tinha outra pessoa do outro lado. Era o outro eu que brincava com caretas e conversas bobas. Pois é meu amigo, estou ficando velho com direito a cabelo branco e tudo mais. Sem falar no corpo e nas pequenas rugas que estão aparecendo. O papo continuou, era incrível como a conversa fluía naturalmente. Falamos sobre beleza, velhice, esporte e conquistas femininas. O espelho era um grande parceiro, pelo menos ouvia tudo e o máximo que fazia era repetir o que era pronunciado.Ô meu banheiro, ô meu espelho, existe alguém mais bonito que eu...?!

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Dedos finos

Já não agüentava mais. O sono era um verdadeiro herói. Nunca consegui vencer o dito cujo, toda vez que tentei desafiá-lo tomei nocaute. Mas aquele dia estava demais, foi entrar no ônibus, passar pela roleta, pagar o cobrador, sentar no banco e apagar profundamente.Não sei se realmente estava sonhando ou foi mesmo confusão. Uma senhora que aproximava ter seus 50 anos, usando saia rosa, lenço na cabeça, camisa verde e na companhia de duas crianças, aparentemente gêmeas, correu para porta da frente para passar seus dois moleques e logo voltou para a de trás para passar pela roleta. Não entendi de imediato, até porque pela idade que aparentava podia usurpar o motorista e entrar gratuitamente.Ao passar pela catraca, gritou para os dois meninos para que sentassem, pois podiam cair. Os garotos, elétricos, não deram muita importância e continuaram salientes nos bancos da frente. Só pararam quando o motorista chamou atenção, mas riram entre si como se nada tivesse acontecido.A senhora ainda com dificuldade para passar, pois o seu peso estava elevadíssimo, pediu ajuda ao cobrador que logo rodou roleta ajudando-a. Voltou a gritar mais uma vez. E dessa vez não foi mais com os moleques e sim com o cobrador, pois exigia os seus 12 centavos de troco.- Toda vez que eu pego esse ônibus é a mesma coisa, nunca tem troco. Pois dessa vez vai ser diferente, ninguém passa por aqui. Só quando ele me der meu troco - disse a senhora- Mas senhora, eu vou dar seu troco. Só peço que a senhora contribua e vá sentar, pois está atrapalhando a passagem do resto do pessoal - retrucou o cobrador.-Não, não e não. Ô Cosme e Damião, fiquem quietos, vocês podem cair peste – gritou mais uma vez a senhora.O clima já estava mais pra lá do que pra cá, até que um filho de Deus se propôs a pagar o troco da senhora que então desentupiu a garganta do ônibus.A minha cabeça pesava 500 quilos, e piorou quando a Senhora Centavo sentou ao meu lado, recolheu os dois moleques de lá da frente e colocou os dois no colo. Na verdade um sentava mais em meu colo que no dela. Sem falar que ela sozinha já ocupava as duas cadeiras.Os meninos pareciam que tinham tomado alguma coisa, os moleques não paravam. E quanto mais a senhora gritava com os dois, eles pirraçavam.Ao chegar ao ponto desejado pela mulher, ela levantou bruscamente jogando os meninos no meu colo para puxar a cordinha. Um quase bateu a cabeça no meu joelho, mas tudo era motivo de brincadeira. Pegou os meninos pelo pulso e os levou. Um deles ao olhar para trás, me viu dando risada. Não deu outra, elevou o seu dedo maior da mão e gesticulou um pênis para mim. Dei mais risada, e logo em seguida ganhei além do dedo fino do moleque um belo resmungo da Senhora Centavo.

sábado, 26 de julho de 2008

Não sei o nome dele não...

Não sei o nome dele não

Não sabia diferenciar o odor do seu corpo do da cidade. A sua camisa molhada de suor expelia nojo nos olhos de quem o observava. O seu bigode bem fininho fazia o tipo canastrão. O seu jeans “lavado” estampava pano de chão de oficina pós- moderna. O seu calçado era uma bota sete léguas cortada em forma de chinelo. As unhas, em graxa de máquinas de fazer barulho. Os calos expostos ajudavam a tatuagem em forma de nuvem com raio.Na sua carteira, uma nota de R$ 2,00 e uma foto PB, aparentemente de seus avôs. Uma pata-pata, uma carteira de Derby, com 3 cigarros e muito papel de jogo do bicho.O corpo estirado no asfalto quente. Muita gente ao seu redor. As máquinas de fazer barulho, ainda ativadas. Agora, acompanhado da sirene da ambulância.Seu nome, quase ninguém sabia...

quinta-feira, 17 de julho de 2008

...AS MINHAS MEIAS PRETAS

... AS MINHAS MEIAS PRETAS.


Só pode ser branca, se for de outra cor não vale. Pois é, resolvi escolher as pretas. As amarelas também são bonitas, sem falar nas verdes e nas cinzas. Mas sou muito resistente, resolvi mesmo foi levar dois pares de cor preta. Perguntei à vendedora, que por sinal era muito educada e simpática, qual o valor daquelas lindas meias. Ela respondeu que tudo daria R$ 12,00. Saquei a carteira em sua frente, e peguei uma nota de R$ 20,00. Ao passar a nota à vendedora, percebi que ela queria falar algo mais, fui mais rápido. Perguntei o que ela achava daquela compra, ela muito categórica respondeu: "por que levar dois pares de meias da mesma cor, além do mais, pretas?". Respondi fático: porque sim. Ela me deu o troco e agradeceu a compra. Naquele momento queria adivinhar o que ela pensava. No mínimo, que seria ridículo eu usar aquelas meias, grandes e felpudas, de short.Na manhã seguinte, pronto para correr, calcei as minhas meias e partir. Chegando à academia, percebi que todos me olhavam meio diferentes. Não dei muita atenção, até que chegou um professor e comentou que as minhas meias eram horríveis e como era que eu tinha coragem de usar aquilo. Respondi com um sorriso, da mesma forma que respondi à vendedora um dia atrás. Continuei correndo, afinal não entendia porque as meias pretas incomodavam tanta gente. Até porque, elas têm o mesmo papel das meias brancas, cinzas e verdes.... as minhas meias pretas.

terça-feira, 15 de julho de 2008

Era mais um dia de Isaura

O relógio mau educado como sempre, esberra uma nota em grave profundo. Eram 4 da matina, tinha que levantar para pegar no " batente". Era mais um dia de Isaura. Sentada a beira da cama, fez o sinal da cruz, e em frações de segundo rezou o Pai Nosso. Elevou o seu braço negro e gordo ao teto, espreguiçando-se como um cão vira lata em churrascaria, em beira de estrada. Vestia uma calçola que , naquele momento atolava ao seu rabo gordo e empreguinado de celulite.Um curiosidade, na sua " lingerie vermelha" tamanho GG, tinha uma palavra que dizia o seguinte : urghghggh, com uma carinha de bravo. Na sua parte de cima, uma camisa cortada no umbigo, com uma foto estampada de um político, que naquele momento sorria para ela, com um ar de ironia. Arrumou a sua cama, dobrou o seu cobertor do tipo chanil, forrou com um lençol do seu time preferido e assobiou para o seu parceiro fiel. Era um cachorro da raça poodle, que sua patroa tinha doado. Escovou os últimos dentes que te restavam, jogou ao seu sovaco doses de leite de rosas, barrunfou o seu cangote com uma fragrância a base de alfazema, e retocou o seu cabelo com a velha chapinha. Vestiu sua calça jeans, que apertava mais que algema em vagabundo, uma camisa super florida ,porém apertadíssima, onde delineava suas curvas banha, um tamanco nem muito alto nem baixo, e uma bolsa preta super discreta. Afegou o seu parceiro peludo, com uma pitoca no seu nariz gelado, e beijou a foto de Fábio Junior que estampava a porta do seu guarda roupa. Trancou o seu barraco e partiu.
Era mais um dia de Isaura...

segunda-feira, 7 de julho de 2008

VENTO

Uma boca em vão, sopra de longe uma brisa
Que baila desconectada a procura do “ merthiolate “.
Assim a dor , assim o alívio
A brisa em busca vai

Educadamente bate na porta,
Assusta o varal do quintal
Passa por cima rio
Invade a avenida, é carnaval

Assim passou e deixou vazio
Um turvo, no jardim de Ofélia
Sem sopro , acende-se uma vela
O fogo que ousa em permanecer

Das matas, as queimas nos pés do Curupira.
Assombro em vezes, o medo resplandece.
As vítimas são realmente inocentes
Um crime perfeito

Em notas, em tons, partituras lidas.
Caminhos feitos em Ré
Ás vezes da Dó
Imagina Si, Lá.

O vento que busca o consolo no céu
Sopra no ouvido do sexo
Em sussurros mortais
Finca se a vítima sobre o falo.

CLICK

Um sorriso uma foto, um choro uma foto, um cocô uma foto, um banho uma foto, uma frauda uma foto, uma roupa uma foto, um gofo uma foto, uma cólica uma foto, um brinco uma foto, um sono uma foto, uma chupeta uma foto, um laço uma foto, um sono uma foto, uma mamada uma foto, um remédio uma foto, um carinho uma foto, uma música uma foto, um NAN uma foto, uma meia uma foto, um suspiro uma foto, um susto uma foto, uma família uma foto, uma nudez uma foto, uma fase um álbum.

sexta-feira, 4 de julho de 2008

AVIÃO

Em cima do monte avistava um avião
Que com um rasante, cortou o meu pensamento.
Dali saía palhaços, macacos, amigos e amores.
Podia dia até cair dali, mas eu tinha um avião.

Pobre do navegante era tão insignificante...
Pobre do navio, que riscava em linhas rasuradas.
Aos olhos nus de um ser insignificante.
Podia até ser, mas, eu tinha um avião.

De lá de cima era tudo mais colorido
As vacas estavam em inércia
Assim como os homens...
Um avião para cada homem.

Descendo do monte, avisto vários aviões.
Uns sem asa, outros sem combustível.
Com muito medo , retorno ao olho do monte
E de lá de cima me jogo, aproveitando a brisa.

Posso cair a qualquer momento
Mas vôo a companhia de um albatroz
Aproveitando os palhaços, os macacos, os amigo e os amores
Voando vou, voando vôo, voando soul.

Quinho 14/ 11 /2005

terça-feira, 1 de julho de 2008

ATLÉTICO DE ALAGOINHAS

Tentativa de comer uma bola de futebol matou um peixe-gato na Alemanha. Segundo a publicação “Spiegel Online”, um policial que patrulhava a área do acidente classificou esse como o caso mais estranho já visto em 30 anos de profissão.(globo.com)
Depois de ter recebido essa ádvena notícia, às 18:04 do dia 01 de julho, por um primo fascinado por futebol. Cheguei a seguinte conclusão, o futebol é mesmo um esporte de deixar qualquer um de boca aberta. Ultimamente ando desacreditado nesse esporte, até porque, o meu time do coração acabar de subir para 3° divisão do campeonato brasileiro. " VUMBORA CARCARÁ"!
Saborear uma bola é, privilégio de muitos e oportunidade de poucos. Escolher o drible na hora certa, requer muita inteligência. Mas, o drible mau dado sempre acaba perdendo para o zagueiro dinheiro. Escolher um brasão, um grito, uma posição no estádio, é mesmo motivo de enaltecer o ego. Sem falar na pipoca, e no chopp gelado.
Fazer da bola o que o peixe-gato fez, nunca foi motivo de deixar de torcer pelo seu time.
ATLÉTICO DE ALAGOINHAS SEMPRE!
( para o meu primo Anderson Delano)

sexta-feira, 27 de junho de 2008

FUMAÇA COM CHUVA

Salvador está um caos, não consigo fazer nada quando chove nessa cidade- disse uma mulher no ponto de ônibus em frente a um supermercado. Percebi que não tinha sido comigo, mas sabia que era um desabafo de um trabalhador angustiado, com um objetivo fracassado. Ainda atento o comportamento da tal, ela não se contentou com o resmungo e puxou um cigarro da bolsa. Levou até a boca, e rapidamente pediu fogo ao ambulante que vendia protetores de " smart card". Ligeiro como o tempo, puxou um isquero do bolso e ascendeu o tarugo da senhora .Ela agradeceu e automaticamente deu as costa ao vendedor. Onde o mesmo, saiu em sentido contrário para bater a sua meta do dia.
Restando só no local, uma fumaça ...

quarta-feira, 18 de junho de 2008

PENSAMENTO DE UMA FAVELADO APAIXONADO

Os tiros foram dados para o alto, as crianças foram tiradas das ruas , os coletivos foram todos sacados e incendiados, as mulheres choraram horrores e os homens enfurecidos, removiam os corpos expostos ao sol. Nada mais era que um dia na favela...Do outro lado da rua, ou melhor, no asfalto, as crianças aprisionadas aos “playgrounds” , interagia com as babás. Que paquerava os motoristas do patrão, que assistia mais um noticiário sobre, a policia na favela. Nada mais era que um dia no asfalto.

Pouco tenho pra te oferecer
Tenho uma vida , tenho uma família
Gosto da minha mãe, abençoada seja
Por que tirá-la de mim

A vida que levo não empresto
Não dou e nem troco
Sou assim , vivo assim
Tenho na cabeça, uma cicatriz de vingança

Levando a minha vida, que é minha
Trará uma vida que não é sua
Meu corpo minha mente é seu
Uma mala nas mão sem itinerário

Capricha na sua vontade, sem motivo
Leva essa bagagem que não é sua
Pra onde irá com tanta pressa?
Se não tem um segmento

Liberdade nasceu para usar
Acreditar em uma um dia
Na luz , na vela, no farol
O amor ainda arde quando comemos.

domingo, 15 de junho de 2008

Crianças em carbureto

Crianças em carbureto

...automaticamente ela respondeu a sua mãe em um tom de ironia, que silicone servia tanto pros seios quanto pro bumbum. A reação da outra mãe que presenciava aquela conversa de “mulheres”, foi de imediato à feição. Franziu a testa e, monologou em um tom de discórdia, “meu Deus!” A mãe que entretida na conversa com a pequena garota, passou despercebida, do alto grau de informação que tinha aquela criança. Aparentemente a pequena notável tinha uns 6 anos de idade. Gesticulava, confirmava, interagia, gritava com a mãe, que mais uma vez, passava despercebida com as atitudes da menina-mulher. Engraçado que, a sua roupa era de igual pra igual com a da sua mãe, saia um palmo, camisa top, salto alto, unhas pintadas, óculos preso a cabeça e bolsa de couro no ombro.
Pelo simples fato de ter uma máquina na minha casa, consigo ver o mundo de uma forma que, a dez anos atrás nenhum dos meus amigos de infância conseguiria ver. Perdi a noção do espaço, que já não era grande mesmo. Os meus brinquedos são baby, a minha roupa de homem-aranha, virou fardamento pra festas de “ralouin”, mas o que é isto mesmo? E assim tento entender o porquê de nossas crianças de hoje, serem tão diferentes das de ontem. Onde foi que eu errei? Se errei, em que momento, num palavrão, num não, numa atitude grosseira comigo mesmo, ou por ter comprado uma máquina?
Aos dois já sei dizer o que quero,... à máquina. Aos cinco, já sei mexer... na máquina. Aos dez, já viajo sozinho... na máquina. E aos quinze já tenho moléstia... da máquina.
Como uma manga ou uma banana, que cortada antes do tempo é posta para amadurecer, são as crianças de hoje. Sem pai e mãe, educadas por babás e motoristas, os moleques esnobam os seus maus costumes e atrofiam a sua fase de brincadeiras.
Crianças em carbureto sofrem com como verde que foi tirado, e se tornam amarelas, simplesmente, meninos-amarelos.

ENXAQUECA

A minha cabeça não para de girar
Assim como a terra em torno do sol
Uma translação coletiva
Uma ânsia de vômito no prato de comida

Estúpido seja o remédio que veio de longe
Viajando na minha mente insólita
Atrás de uma única conexão mal resolvida
Assim seja essa turbulência da minha vida

Em suco de limão , invade a minha privacidade
Quero sentir um cheiro e até mesmo uma sabor
O tal do suco de limão, amarga a dor sem ordem
Quero apenas beber sem ver o mundo girar

No hemisfério norte a solução nunca chega
No sul , nem se quer trepida
No sul uma maravilha
O norte só quer comida

Os agoros são lançados ao alto
Sem um ponto de partida e nem de chegada
Desconheço a vontade amar
Eu só quero ser egoísta

Numa caixa de fazer férulas
Nem se quer percebo o vestido novo
No baralho em embaralho a busca e um ás
Não quero mais nada q viver em paz

Essa tal de enxaqueca que me é fiel
Sempre percebo a sua presença
Por mais tempo que esqueça
Ela marca presença na minha cabeça

Essa tal de enxaqueca

O quintal

Os ventos em notas rasgadas
Curcuveiam as calças de veludo no varal
Preso em blocks de jacaré de pau
A última gota é totalmente sublimada

O tamarineiro de vovó
em companhia do saputi e carambola
Com os tenis preto da escola
faço traves para jogar bola.

Os cágados de vovô
trepam intensamente em sons bronco
" LIÃO" fiel ao seu velho
Era um quintal sem mistério.
( por quinho)

quarta-feira, 4 de junho de 2008

O GALO CANTA AO SONS DAS BALAS DE FOGO.

Ao ligar a televisão, por volta das 12:30 hs , no dia 3 de Junho de 2008, recebo uma notícia que chamou muito minha atenção. Um moradora do bairro São José no interior da Ba, coloca a vizinha na justiça. Até aí tudo bem , pensei. Mas o pior estava por chegar, ela colocou a vizinha na justiça, alengando o canto insuportável do galo. E queria que alguém tomasse devidas providências, pois ela não estava conseguindo dormi. " esse galo perdeu o controle e a noção do tempo, ele canta pela manhã , tarde e noite, não existi tempo ruim para esse filho da peste" - desabafou.
Continuei atento aquela incongruente notícia. O dono do galo nada satisfeito, contratou um advogado para defender o próprio que, inocente continuava à cantar. O repórter ainda não muito alegre com as afirmações dos réus, fez a seguinte pergunta ao Doutor:
- E agora, qual será o próximo passo da justiça com relação à ave?- Ironico reporte.
- O caso vai ser encaminhado para 15° vara, onde o juiz terá o poder de decisão sobre as condutas do animal- respondeu o advogado.
E para finalizar toda aquela cena drástica do bicho-espora, a Dona que colocou a ave no " pau", indignada persiste: " QUERO SÓ TER O DIREITO DE DORMI EM PAZ, QUERO JUSTIÇA!".
Ao mudar de canal, atento as notícias, vejo outra chamada: " MORADORES DA ZONA SUL DO RIO DE JANEIRO, ABANDONAM SUAS CASAS PELA ZUADA INFERNAL DOS TIROTEIOS ENTRE A POLÍCIA E OS BANDIDOS".( por Quinho Castro)

segunda-feira, 2 de junho de 2008

Sendo um Dromedário

Sonhei sendo um dromedário
Acordei um camelo
O espelho refletiu um macaco
Na carteira consta um mendigo

Um bode em som punk
Amoita no atabaque ubanda
Danço em ritmo frenético
Stones, beatles, e who

Sonhei sendo Elvis
Acordei Gonzaga
O espelho refletiu um trovador
Na carteira consta um mulambo

Um Mozart em baile russo
Esconde no berimbau africano
Dança ciranda em rabeca
Sou Ned, Cartola, e Carlos.

Festa só para convidados

Tinha que decidir tudo naquele momento, eram milhões de dúvidas, o corpo excretara suor sem parar, ou era sim ,ou era sim. As pessoas ao meu lado gritavam em coro contínuo, pedia ao deuses que me conduzisse a posição correta. Chamei por tudo que é mais sagrado no mundo, acreditei até mesmo em pé de coelho batido com arruda em pilão de pau-brasil. No sinal da cruz, em nome do pai , do filho e do espírito santo, amém. Sair correndo em direção ao pênalti, fechei os olhos e dei um bom de um ponta pé. A torcida se calou, o repórter em pausa, a tv em 3D, o goleiro em vôo livre e a bola em leis da física. A equação era só uma, x= 1 e Y= 0. Mas não deu outra, o travessão pediu perdão e proibiu que aquela " gorduchinha" entrasse no baile, e ainda insistente voltou a bater na porta,mas o travessão era mesmo um profissional, não deixou de jeito algum a fofinha entrar na festa sem convite.Era mais uma loteria ... ( por quinho)

sexta-feira, 30 de maio de 2008

... calma , com certeza tudo vai voltar ao normal. Continue escrevendo o seu texto e esqueça o que ela te contou. Vc não pode se deixar levar por uma simples notícia que aparentemente não é verdade. Ela tem cara de mentirosa, e além do mais ela sempre quis acabar com sua vida. E tem mais cara , homem não chora. ( Trecho de um sonho interrompido )