sábado, 26 de julho de 2008

Não sei o nome dele não...

Não sei o nome dele não

Não sabia diferenciar o odor do seu corpo do da cidade. A sua camisa molhada de suor expelia nojo nos olhos de quem o observava. O seu bigode bem fininho fazia o tipo canastrão. O seu jeans “lavado” estampava pano de chão de oficina pós- moderna. O seu calçado era uma bota sete léguas cortada em forma de chinelo. As unhas, em graxa de máquinas de fazer barulho. Os calos expostos ajudavam a tatuagem em forma de nuvem com raio.Na sua carteira, uma nota de R$ 2,00 e uma foto PB, aparentemente de seus avôs. Uma pata-pata, uma carteira de Derby, com 3 cigarros e muito papel de jogo do bicho.O corpo estirado no asfalto quente. Muita gente ao seu redor. As máquinas de fazer barulho, ainda ativadas. Agora, acompanhado da sirene da ambulância.Seu nome, quase ninguém sabia...

quinta-feira, 17 de julho de 2008

...AS MINHAS MEIAS PRETAS

... AS MINHAS MEIAS PRETAS.


Só pode ser branca, se for de outra cor não vale. Pois é, resolvi escolher as pretas. As amarelas também são bonitas, sem falar nas verdes e nas cinzas. Mas sou muito resistente, resolvi mesmo foi levar dois pares de cor preta. Perguntei à vendedora, que por sinal era muito educada e simpática, qual o valor daquelas lindas meias. Ela respondeu que tudo daria R$ 12,00. Saquei a carteira em sua frente, e peguei uma nota de R$ 20,00. Ao passar a nota à vendedora, percebi que ela queria falar algo mais, fui mais rápido. Perguntei o que ela achava daquela compra, ela muito categórica respondeu: "por que levar dois pares de meias da mesma cor, além do mais, pretas?". Respondi fático: porque sim. Ela me deu o troco e agradeceu a compra. Naquele momento queria adivinhar o que ela pensava. No mínimo, que seria ridículo eu usar aquelas meias, grandes e felpudas, de short.Na manhã seguinte, pronto para correr, calcei as minhas meias e partir. Chegando à academia, percebi que todos me olhavam meio diferentes. Não dei muita atenção, até que chegou um professor e comentou que as minhas meias eram horríveis e como era que eu tinha coragem de usar aquilo. Respondi com um sorriso, da mesma forma que respondi à vendedora um dia atrás. Continuei correndo, afinal não entendia porque as meias pretas incomodavam tanta gente. Até porque, elas têm o mesmo papel das meias brancas, cinzas e verdes.... as minhas meias pretas.

terça-feira, 15 de julho de 2008

Era mais um dia de Isaura

O relógio mau educado como sempre, esberra uma nota em grave profundo. Eram 4 da matina, tinha que levantar para pegar no " batente". Era mais um dia de Isaura. Sentada a beira da cama, fez o sinal da cruz, e em frações de segundo rezou o Pai Nosso. Elevou o seu braço negro e gordo ao teto, espreguiçando-se como um cão vira lata em churrascaria, em beira de estrada. Vestia uma calçola que , naquele momento atolava ao seu rabo gordo e empreguinado de celulite.Um curiosidade, na sua " lingerie vermelha" tamanho GG, tinha uma palavra que dizia o seguinte : urghghggh, com uma carinha de bravo. Na sua parte de cima, uma camisa cortada no umbigo, com uma foto estampada de um político, que naquele momento sorria para ela, com um ar de ironia. Arrumou a sua cama, dobrou o seu cobertor do tipo chanil, forrou com um lençol do seu time preferido e assobiou para o seu parceiro fiel. Era um cachorro da raça poodle, que sua patroa tinha doado. Escovou os últimos dentes que te restavam, jogou ao seu sovaco doses de leite de rosas, barrunfou o seu cangote com uma fragrância a base de alfazema, e retocou o seu cabelo com a velha chapinha. Vestiu sua calça jeans, que apertava mais que algema em vagabundo, uma camisa super florida ,porém apertadíssima, onde delineava suas curvas banha, um tamanco nem muito alto nem baixo, e uma bolsa preta super discreta. Afegou o seu parceiro peludo, com uma pitoca no seu nariz gelado, e beijou a foto de Fábio Junior que estampava a porta do seu guarda roupa. Trancou o seu barraco e partiu.
Era mais um dia de Isaura...

segunda-feira, 7 de julho de 2008

VENTO

Uma boca em vão, sopra de longe uma brisa
Que baila desconectada a procura do “ merthiolate “.
Assim a dor , assim o alívio
A brisa em busca vai

Educadamente bate na porta,
Assusta o varal do quintal
Passa por cima rio
Invade a avenida, é carnaval

Assim passou e deixou vazio
Um turvo, no jardim de Ofélia
Sem sopro , acende-se uma vela
O fogo que ousa em permanecer

Das matas, as queimas nos pés do Curupira.
Assombro em vezes, o medo resplandece.
As vítimas são realmente inocentes
Um crime perfeito

Em notas, em tons, partituras lidas.
Caminhos feitos em Ré
Ás vezes da Dó
Imagina Si, Lá.

O vento que busca o consolo no céu
Sopra no ouvido do sexo
Em sussurros mortais
Finca se a vítima sobre o falo.

CLICK

Um sorriso uma foto, um choro uma foto, um cocô uma foto, um banho uma foto, uma frauda uma foto, uma roupa uma foto, um gofo uma foto, uma cólica uma foto, um brinco uma foto, um sono uma foto, uma chupeta uma foto, um laço uma foto, um sono uma foto, uma mamada uma foto, um remédio uma foto, um carinho uma foto, uma música uma foto, um NAN uma foto, uma meia uma foto, um suspiro uma foto, um susto uma foto, uma família uma foto, uma nudez uma foto, uma fase um álbum.

sexta-feira, 4 de julho de 2008

AVIÃO

Em cima do monte avistava um avião
Que com um rasante, cortou o meu pensamento.
Dali saía palhaços, macacos, amigos e amores.
Podia dia até cair dali, mas eu tinha um avião.

Pobre do navegante era tão insignificante...
Pobre do navio, que riscava em linhas rasuradas.
Aos olhos nus de um ser insignificante.
Podia até ser, mas, eu tinha um avião.

De lá de cima era tudo mais colorido
As vacas estavam em inércia
Assim como os homens...
Um avião para cada homem.

Descendo do monte, avisto vários aviões.
Uns sem asa, outros sem combustível.
Com muito medo , retorno ao olho do monte
E de lá de cima me jogo, aproveitando a brisa.

Posso cair a qualquer momento
Mas vôo a companhia de um albatroz
Aproveitando os palhaços, os macacos, os amigo e os amores
Voando vou, voando vôo, voando soul.

Quinho 14/ 11 /2005

terça-feira, 1 de julho de 2008

ATLÉTICO DE ALAGOINHAS

Tentativa de comer uma bola de futebol matou um peixe-gato na Alemanha. Segundo a publicação “Spiegel Online”, um policial que patrulhava a área do acidente classificou esse como o caso mais estranho já visto em 30 anos de profissão.(globo.com)
Depois de ter recebido essa ádvena notícia, às 18:04 do dia 01 de julho, por um primo fascinado por futebol. Cheguei a seguinte conclusão, o futebol é mesmo um esporte de deixar qualquer um de boca aberta. Ultimamente ando desacreditado nesse esporte, até porque, o meu time do coração acabar de subir para 3° divisão do campeonato brasileiro. " VUMBORA CARCARÁ"!
Saborear uma bola é, privilégio de muitos e oportunidade de poucos. Escolher o drible na hora certa, requer muita inteligência. Mas, o drible mau dado sempre acaba perdendo para o zagueiro dinheiro. Escolher um brasão, um grito, uma posição no estádio, é mesmo motivo de enaltecer o ego. Sem falar na pipoca, e no chopp gelado.
Fazer da bola o que o peixe-gato fez, nunca foi motivo de deixar de torcer pelo seu time.
ATLÉTICO DE ALAGOINHAS SEMPRE!
( para o meu primo Anderson Delano)