segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Amigo-Gordo


...dei mais um grito, ô de casa, tem alguém aí. Isso tudo porque queria muito falar com Maurício. Gritei mais uma vez, percebi que a porta dos fundos estava aberta. Pulo ou não pulo o muro, estava com muita dúvida, pois tinha muito tempo que não ia à casa do gordo, e sei lá está na moda criar pitbul. O gordo tinha dessas de criar bicho valente. Não contei conversa, pulei o muro e continuei gritando, ô de casa, tem alguém aí?! Como ninguém respondia fui até a porta que estava encostada e empurrei. Percebi um sussurro bem distante, parecia que alguém estava desesperado ou estava vivendo um estado de êxtase total.
Parei de andar e gritar, dei mais atenção aos meus tímpanos, o ruído estava mais claro parecia que tinham aumentado o volume. Era algo como um ser nativo fazendo sexo pela primeira vez. Não tinha um grito só, eram vários, vários e consecutivos, tipo filmes pornôs americano.
Dei uns passos até a cena do crime e vi o que na verdade não era pra ver. O gordo atolado até os dentes numa belíssima negra de aproximadamente seus 30 anos. Um pandeiro enorme, um peito lindo e bem duro apontando para o horizonte. Nossa que cena maravilhosa. Continuei assistindo aquilo todo desesperado, doido para entra na festa também.
Uns 3 minutos de cinema ao vivo, o sacana me flagra olhando. Tomamos um susto ao mesmo tempo, mas mantemos o quase silêncio vivo. Aproveitou a situação enterrou o rosto da negona no travesseiro e com gesto feitos pela mão me mandoueu vazar. Abrir os olhos e pedir para ficar mais um pouquinho, ele acenou dizendo não.
No outro dia nos encontramos na escola, foi muita resenha no intervalo acompanhado de sonho de goiaba com açúcar, coca-cola e muito riso.


* foto por R.Grampá

sábado, 20 de setembro de 2008

Super heróis falidos.

Depois dos últimos atentados ao E.U. A, os super- heróis famosos são demitidos em massa. Sem muito recurso para trabalhar, tentam tirar a sorte grande nos países subdesenvolvido da América do Sul, de preferência no Brasil. Para ser mais preciso, vão à Bahia torrar os últimos centavos que lhe restam.
Uns até tentaram fazer um bico no bar do Gibi, mas não tinha perfil para trabalhar no estabelecimento. Outros foram ao SEBRAE fazer curso profissionalizante, mas a maioria segurava seus currículos perante as câmeras da TV Bahia, na Praça da Sé.
Fui pego de surpresa, ninguém percebia tamanha invasão. Os bichos mutantes tentavam abar ganhar as poucas vagas de emprego que tinha no cenário dos desiludidos sociais. Não acreditava naquilo tudo, fui um fã incondicional do super- homem, sem falar nas proezas do homem-aranha, que no fundo no fundo tinha uma certa tara por Mari Jane e Mulher Maravilha. Todas tinham um porte de mulher que quer sempre algo mais...
Nessa de querer sempre ajudar, até mesmo os pobres norte americanos, resolvi ligar para a produção do programa. Deram-me dois números, o primeiro caiu na Polinter, e segundo foi direto com o desempregado. Fui atendido com um sotaque de americano vendendo produto coreano na Praça Castro Alves. Percebi também que estavam literalmente em apuros. Por coincidência quem atendeu foi a gostosa da Mulher-Gato se apresentou cautelosamente e falou que fazia de tudo, até dormi no emprego. Não deu outra, aproveitei a cena, marquei uma reunião rápida e contratei para trabalhar em minha casa.
Temos juntos 7 anos de pura amizade, com casa limpa, roupa lavada e comida totalmente light, sem falar nos treinos no final da tarde.

domingo, 14 de setembro de 2008

Nostalgia de um Vassoreiro!

Nostalgia de um Vassoreiro!
Tinha que correr, não por que estava atrasado e sim por causa da chuva. Era uma chuva bem fininha, tipo aquelas que nos pegam de surpresa quando a gente menos espera. Estava indo para a faculdade, ia apresentar um seminário. E tem essa de figurino, calça social, camisa de manga comprida, sapato de couro e muito gel no cabelo. Era um modelo “ Jonh Travolta”, na época dos embalos de sábado a noite.
Pensei alto com a roupa encharcada de água ao chegar no ponto de ônibus: “Puta que pariu! Essas porras só acontecem comigo, hoje é meu dia!”
O ponto estava entupido de estudante, uns com a cara de sono, outros tentando decorar o assunto da prova e uns sacanas querendo rir da minha desgraça.
Nessa de esperar passar a chuva o ponto foi enchendo mais e mais. Não tinham só passageiros na espera, tinha ambulante pra caramba. E um deles me chamou atenção. Era um vassoreiro, meu Deus há anos não via um vassoreiro na ativa! A última vez que tinha presenciado um cidadão vendendo vassoura foi na época que eu ainda morava no interior, em média uns 10 anos.
Naquele rebú todo, tentava ouvir uma música que saia do bolso do vendedor. Era uma música antiga, brega, mas que passava uma mensagem tão interessante que me chamou muito atenção.
Percebi que os olhos do trabalhador enchiam d´agua, e aos poucos ele foi se envolvendo com a música chegando ao ponto de deixar escapar uma lágrima.
Era um senhor de aproximadamente seus 60 anos, não sei o que passava naquela hora na cabeça dele. Mas o seu coração era tão limpo e verdadeiro quanto um vassoreiro.

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Menina de Asas


As asas postas nas costas da menina
Faz com que ela voe, voe, voe
E de lá de cima ela consiga enxergar
Um mundo de brinquedos e chocolates

Em seus rasantes no oceano
Vê sua face deformada
Em olhar taciturno
Vê os tridentes de Netuno

A velocidade é posta em luz
Que por onde passa acende
Corpos encantados, apontados para o alto
Era mesmo uma menina de asas

Ao som da harpa de ouro
E cítaras eletrizantes
Corta a nuven, em forma de boneco

Sobe em inércia a Deus Lua
Abre os braços seus cantos cama
Dificuldades de planar suas asas
Um sono profundo, em busca de mais aventura.

terça-feira, 2 de setembro de 2008

Seu Amintas.

É certo! Todo local que chego, as pessoas me perguntam em quem vou votar. Procuro ser o mais sensato possível, pois já fui vítima de atritos profundos porque escolhi um candidato que não favorecia ao “perguntador”.
Gosto de política. Tenho um fascínio enorme pela constituição brasileira e às vezes, em bate papo de boteco, deixo claro que a política do meu país ainda tem jeito.
Desde pequeno tenho uma mania de ler tudo que aparece pela frente: outdoor, busdoor, camisas, muros, etc. Era a minha brincadeira favorita com meu irmão quando voltávamos da escola no fuscão verde do meu pai (quem nunca brincou disso?). Acho que esse é o verdadeiro segredo dos marqueteiros. Fazer com que nós, leitores natos, leiamos tudo, independente de boa ou péssima qualidade.
E um dia, voltando do trabalho, tomo um stop do sinal vermelho, bem em frente à padaria de seu Amintas. Tinha algo estranho, o muro do velho padeiro estava pintado de branco. Achei curioso porque seu Amintas era um velho turco e muito casquinha. Não era possível que ele tinha pintado tudo aquilo de branco. Na verdade, seu muro pegava quase todo o quarteirão e eu nunca tinha visto aquele muro pintado em toda minha vida. Pensei: o coroa deve ter recebido uma grana para pintar ou foi forçado pelo exército. Algo próprio que não era.
Um lance não estava no script. Existia uma frase ou um nome escrito bem no meio da muralha. Não consegui ler direito, as letras eram miúdas ao ponto de deixar qualquer lupa em apuros. Persistir na leitura. Deveria ser nome de um político, pois atravessávamos momentos de eleição, mas não, era um citação das mais mercenárais possíveis. " 880 conto para qualquer tipo de propaganda".
Fui surpreendido com uma buzina estrondosa no meu pé de ouvido, o sinal verde tinha aparecido. Sem esquecer da clássica frase de trânsito, “ quer morrer filho da puta?”.
Parti sorrindo. Não sei se do filho da puta ou do miserável do seu Amintas!