terça-feira, 2 de setembro de 2008

Seu Amintas.

É certo! Todo local que chego, as pessoas me perguntam em quem vou votar. Procuro ser o mais sensato possível, pois já fui vítima de atritos profundos porque escolhi um candidato que não favorecia ao “perguntador”.
Gosto de política. Tenho um fascínio enorme pela constituição brasileira e às vezes, em bate papo de boteco, deixo claro que a política do meu país ainda tem jeito.
Desde pequeno tenho uma mania de ler tudo que aparece pela frente: outdoor, busdoor, camisas, muros, etc. Era a minha brincadeira favorita com meu irmão quando voltávamos da escola no fuscão verde do meu pai (quem nunca brincou disso?). Acho que esse é o verdadeiro segredo dos marqueteiros. Fazer com que nós, leitores natos, leiamos tudo, independente de boa ou péssima qualidade.
E um dia, voltando do trabalho, tomo um stop do sinal vermelho, bem em frente à padaria de seu Amintas. Tinha algo estranho, o muro do velho padeiro estava pintado de branco. Achei curioso porque seu Amintas era um velho turco e muito casquinha. Não era possível que ele tinha pintado tudo aquilo de branco. Na verdade, seu muro pegava quase todo o quarteirão e eu nunca tinha visto aquele muro pintado em toda minha vida. Pensei: o coroa deve ter recebido uma grana para pintar ou foi forçado pelo exército. Algo próprio que não era.
Um lance não estava no script. Existia uma frase ou um nome escrito bem no meio da muralha. Não consegui ler direito, as letras eram miúdas ao ponto de deixar qualquer lupa em apuros. Persistir na leitura. Deveria ser nome de um político, pois atravessávamos momentos de eleição, mas não, era um citação das mais mercenárais possíveis. " 880 conto para qualquer tipo de propaganda".
Fui surpreendido com uma buzina estrondosa no meu pé de ouvido, o sinal verde tinha aparecido. Sem esquecer da clássica frase de trânsito, “ quer morrer filho da puta?”.
Parti sorrindo. Não sei se do filho da puta ou do miserável do seu Amintas!

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