terça-feira, 26 de agosto de 2008

A menina do ponto

Uma menina sentada na beira da calçada esperava a chegada da sua condução. Fardada com um belo laço azul na cabeça, uma sandália de dedo nos pés, uma mochila que parecia ter no mínimo uns 50 quilos, e um relógio tatuado no pulso feito a caneta de ponta grossa.
Era incrível como ela se comportava, sozinha à mais de 3 horas no ponto de ônibus, lia um livro de mais ou menos 300 folhas. Ela interagia com cada página lida. Era de admirar suas caras e bocas. Ria, chorava, xingava e chegava ao ponto de se agredir, com vários tapas na coxa.
Passa gente de um lado para o outro e sempre atento aos gestos da pequenina. O curioso que, esse tempo todo no ponto ninguém parava para esperar também. Acredito que ali seria um ponto desativado.
Já por volta das 17h23min, ela olha para o seu relógio à caneta, lança o seu livro na mochila e parti, deixando muitas expectativas nos admiradores. Ficou em dúvida se ia para direita ou esquerda, optou pela esquerda e saiu sem rumo, ou com, não sei direito.

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