quarta-feira, 13 de agosto de 2008

Meu espelho é meu amigo, pelo menos eu acho...

Suando frio e agoniado para chegar logo em casa. Estava nas últimas, precisava de um banheiro com urgência. Não sei se foi o acarajé que me fez mal, ou se foi o hot dog de Lula - um mestre em fazer cachorro quente de rua.Meu Deus, por que será que quanto mais vou chegando perto de casa, mais a vontade vai aumentando?! Entrei a mil, abri a porta em frações de segundo, passei pela cozinha, cortei a sala e entrei com muita vontade no banheiro. Bati a porta, soando um som agressivo pelos quatro cantos da casa. Desafivelei a calça, onde encontrei muita dificuldade para baixar, pois usava um short como cueca, e esse short era de cordão no qual tinha dado um nó. Droga! Puxei com uma força tão grande que o cordão partiu em dois.Sentei no trono como o último imperador da China, mas não agüentava de dor, era insuportável, doía muito, uma cólica “dos infernos”. Pensava em tudo, no acarajé, no hot dog, na pipoca, na lasanha e até na água que tinha tomado no bebedouro público da escola central. Depois de alguns minutos a situação foi amenizando e a minha cara de choro foi voltando ao normal.Estiquei o braço para pegar uma revista, pois não existe lugar melhor no mundo para ler uma notícia que não seja no banheiro. A revista falava de dietas e um monte de asneira feminina para ficar bonita.Depois de tanto esforço, muita bravura e muita leitura, me senti mais aliviado. Aos poucos fui voltando ao normal, e tirei conclusões absurdas da cólica no ser humano.Flagrei-me perante o espelho, ainda viajando, e percebi que não estava sozinho e que tinha outra pessoa do outro lado. Era o outro eu que brincava com caretas e conversas bobas. Pois é meu amigo, estou ficando velho com direito a cabelo branco e tudo mais. Sem falar no corpo e nas pequenas rugas que estão aparecendo. O papo continuou, era incrível como a conversa fluía naturalmente. Falamos sobre beleza, velhice, esporte e conquistas femininas. O espelho era um grande parceiro, pelo menos ouvia tudo e o máximo que fazia era repetir o que era pronunciado.Ô meu banheiro, ô meu espelho, existe alguém mais bonito que eu...?!

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