sábado, 25 de julho de 2009

O homi que matou o Diabo.




Como é o seu nome, homi ?


Desde quando eu te devo sartifação , Exu.


Vê lá como fala Cabra, esse couro que tú ver não é qualquer um. Sou filho de Sr. Onorino Capenga, neto de Sr. Amintas Dionízio o Quente mais brabo da região. E se duvidar, rasto a faca e te corto a mão.


Vixe maria, o fio do Cabrunco é brabo mermo, desse nem vou duvidar , dos caboclo que tu falou rancou dente até de boi mangagá.


Mas se tú é brabo mermo, sossega aí que o Diabo em sua vida vai chegar. Deixa essa vida homi, vida de brabeza, de alcool e incertezas, anda na linha e o anjo bom te dará proeza.


Aqueto nada, sou nó cego com eu te falei, e se um dia o Diabo aparecer ranco-lhe os chifres e faço comer com farinha de mandioca. Sou raciado com Jegue e Nenem da Pipoca, de dia faço carreto a noite a cachaça não suporta, sou pé de bar e lascador de cocota.


... e assim viveu por mais 2oo anos. O homi que matou o Diabo.

Na foto: Lampião, Maria Bonita e outros cangaceiros.



sábado, 11 de julho de 2009

Braço de Gorila em orelha de Menino.

Existem vários tipos de presente, mas hoje dia 11 de julho de 2009 ganhei um que eu nunca imaginaria ganhar, um texto crônica que me fez sair de si. Um texto escrito por Alex Varella Almeida Mascarenhas ( Varella, Léo, Alex de Margô, Coalhada...) um amigo um irmão, um “ broder” que não vejo há tempo. Obrigado Léo, mais uma vez nos desequilibrando emocionalmente.
Gosto de muito desse mundão ciibernético, e foi graças as essas invenções que conversei com ele, eu aqui em Salvador e ele no Rio de Janeiro.
varella diz:
e ai matéria!
elquissontria@hotmail.com diz:
fala Sociólogo
Varella diz:
que sociólogo
Varella diz:
hehehehehehe
elquissontria@hotmail.com diz:
rs
elquissontria@hotmail.com diz:
q tem de bom?
Varella diz:
a solidão devora, e amiga das horas prima irmã do tempo e faz nossos relógios caminharem lento, causando um descompaso no meu coração
elquissontria@hotmail.com diz:
alceu
Varella diz:
assim q tô me sentindo
Varella diz:
alceu
elquissontria@hotmail.com diz:
compra um chapéu e um morrão
Varella diz:
estou sozinho a 15 dias sem conversar com ninguem, preso sem estar na cadeia
elquissontria@hotmail.com diz:
tõ brincando
elquissontria@hotmail.com diz:
preste atenção cara
Varella diz:
que coisa maluca
elquissontria@hotmail.com diz:
é agora q tudo começa a funcioonar
elquissontria@hotmail.com diz:
mas tudo mesmo
Varella diz:
mudando de assunto
elquissontria@hotmail.com diz:
nos momentos em que estamos em solidão
elquissontria@hotmail.com diz:
diz os grandes pensadores
Varella diz:
escrevi uma historia dos meus tempos de criança
Varella diz:
veja se serve vou mandar
Varella diz:
pera ai

Amigo, essa foi uma história que aconteceu comigo, foi traumática.
Tomara que você goste.
Se quiser dar uma melhorada no texto fique a vontade, um abração.



Cara eu sou velho demais, sou do tempo que do lado da Caixa Econômica não tinha nada, só um terreno baldio, não tinha a lan house de Gilson, não tinha a sorveteria do finado Guto, não tinha o Pão de Ló... Aquilo tudo era um campinho de futebol num brejo que se jogava bola com a lama quase nos joelhos, e era maravilhoso.
Bom, minha história é a seguinte: nesse dito terreno sempre se instalava os grandes circos que vinham para nossa Alagoinhas, numa dessas vindas chegou um circo daqueles grandes, parecia pra nós do Parque Alagoinhas, o Beto Carrero ou o Cirque di solei, era muito grande, tinha um monte de animais que era o que mais chamava atenção, tinha; camelo, girafa, leão, elefantes, tigres e os macacos, foi quando Guga meu vizinho e amigo falou:
- Vamos lá Coalhada ver o circo que chegou tá cheio de bicho... Indagou Guguinha Galego. Coalhado era meu apelido de criança, em homenagem ao personagem de Chico Anísio, que só tinha máscara no futebol e não jogava nada, até Laerte, “Pato” me chama de Coalhada até hoje. Eu fiquei meio sem querer ir, porque minha mãe já tinha avisado que não era pra ir ver o circo, mas como meu amigo me chamou, eu não podia deixar de ir pois era pertinho de casa, e afinal de contas não tinha nada demais.
Então fomos, era uma tarde de sol maravilhosa, com muito sol e calor, Huckinho vendendo picolé ( puta que pariu, naquela época Huckinho já era antigo ) nos compramos logo, um de côco torrado e o outrode creme Holandês,estava uma delícia, ficamos olhando os animais, os camelos, girafas, leões, elefantes, tigres, e os malditos macacos, eles eram muito engraçados ficavam fazendo brincadeiras com as crianças. Foi quando um menino achou de colocar a mão dentro da jaula, não me pergunte o por quê. O miserável do macaco não contou conversa, atacou o moleque e fez um corte enorme no braço dele, saia muito sangue, ele conseguiu se livrar do macaco mas o braço tava esfacelado, o bicho tinha arregaçado o braço do menino... Nessa agonia toda, não sabia que o pior estava por acontecer, pense em um sopapo forte mas muito forte mesmo, foi o que eu tomei da minha genitora perante a tudo e a todos no pé do escutador de fofoca, tão forte que acho que não escuto direito até hoje, era minha mãe com muita raiva porque tinha desobedecido ela, e o mais interessante é que o menino que tinha o braço devorado pelo macaco não era mais o alvo das atenções e sim o que estava sendo arrastado pela orelha.
Até hoje Gilvanei, tira onda da minha cara com aquele episódio...
Texto por Alex Varella.
Postado por Quinho Castro.

sexta-feira, 3 de julho de 2009

JOGA UM PÃO AÍ MORAL




Hoje realmente consegui entender o porquê de ganhar o pão,literalmente ganhar o pão. Um fusca do nada despacha em minha frente, em plena avenida Bonocô onde o tráfico assemelha-se muito com o de São Paulo, Cidade do Cabo, essas grandes metrópoles ( não sei porque falei Cidade do Cabo, mas tudo bem segue ! ). Sempre fui muito apaixonado por Fusca, fuqinha, muito mesmo e o que mais ouço é, comprar um carro desse é andar patrocinado com as empresas que produzem dipirona sódica. Mas não estou nem aí, o que importa é ter um Fuscão e ponto final.


Não deu para decorar a placa, nem sei se tinha realmente uma placa só sei de uma coisa, o carro estava entupido de pão. O motorista estava atolado no único banco que existia, sim, o menininho que estava atrás estava atolado também, sendo confundido com os pães, bem que a cabeça do sacaninha parecia com o formato do pão de milho. Aquela cena me encantou bastante, pedi para que meu amigo Walter Bufa acelerasse um pouco e ficasse do lado daquele PÃO-MÓVEL, não deu outra seguimos uns 10 segundos e colocamos o carro do lado do dele, coloquei a cabeça do lado de fora e gritei: JOGA UM PÃO AÍ MORAL !!! O motorista do carango antigo riu e ao mesmo tempo coçou os dedos,induzindo que para ter tem que pagar, e foi nessa cena que consegui identificar que existia uma criança no banco de trás. Rimos intensamente, cada um seguindo o seu destino, eu e meu amigo para o shoping, o corôa com seu filho para padaria, acho eu, e o pão pra minha, pra sua casa.