sábado, 11 de julho de 2009

Braço de Gorila em orelha de Menino.

Existem vários tipos de presente, mas hoje dia 11 de julho de 2009 ganhei um que eu nunca imaginaria ganhar, um texto crônica que me fez sair de si. Um texto escrito por Alex Varella Almeida Mascarenhas ( Varella, Léo, Alex de Margô, Coalhada...) um amigo um irmão, um “ broder” que não vejo há tempo. Obrigado Léo, mais uma vez nos desequilibrando emocionalmente.
Gosto de muito desse mundão ciibernético, e foi graças as essas invenções que conversei com ele, eu aqui em Salvador e ele no Rio de Janeiro.
varella diz:
e ai matéria!
elquissontria@hotmail.com diz:
fala Sociólogo
Varella diz:
que sociólogo
Varella diz:
hehehehehehe
elquissontria@hotmail.com diz:
rs
elquissontria@hotmail.com diz:
q tem de bom?
Varella diz:
a solidão devora, e amiga das horas prima irmã do tempo e faz nossos relógios caminharem lento, causando um descompaso no meu coração
elquissontria@hotmail.com diz:
alceu
Varella diz:
assim q tô me sentindo
Varella diz:
alceu
elquissontria@hotmail.com diz:
compra um chapéu e um morrão
Varella diz:
estou sozinho a 15 dias sem conversar com ninguem, preso sem estar na cadeia
elquissontria@hotmail.com diz:
tõ brincando
elquissontria@hotmail.com diz:
preste atenção cara
Varella diz:
que coisa maluca
elquissontria@hotmail.com diz:
é agora q tudo começa a funcioonar
elquissontria@hotmail.com diz:
mas tudo mesmo
Varella diz:
mudando de assunto
elquissontria@hotmail.com diz:
nos momentos em que estamos em solidão
elquissontria@hotmail.com diz:
diz os grandes pensadores
Varella diz:
escrevi uma historia dos meus tempos de criança
Varella diz:
veja se serve vou mandar
Varella diz:
pera ai

Amigo, essa foi uma história que aconteceu comigo, foi traumática.
Tomara que você goste.
Se quiser dar uma melhorada no texto fique a vontade, um abração.



Cara eu sou velho demais, sou do tempo que do lado da Caixa Econômica não tinha nada, só um terreno baldio, não tinha a lan house de Gilson, não tinha a sorveteria do finado Guto, não tinha o Pão de Ló... Aquilo tudo era um campinho de futebol num brejo que se jogava bola com a lama quase nos joelhos, e era maravilhoso.
Bom, minha história é a seguinte: nesse dito terreno sempre se instalava os grandes circos que vinham para nossa Alagoinhas, numa dessas vindas chegou um circo daqueles grandes, parecia pra nós do Parque Alagoinhas, o Beto Carrero ou o Cirque di solei, era muito grande, tinha um monte de animais que era o que mais chamava atenção, tinha; camelo, girafa, leão, elefantes, tigres e os macacos, foi quando Guga meu vizinho e amigo falou:
- Vamos lá Coalhada ver o circo que chegou tá cheio de bicho... Indagou Guguinha Galego. Coalhado era meu apelido de criança, em homenagem ao personagem de Chico Anísio, que só tinha máscara no futebol e não jogava nada, até Laerte, “Pato” me chama de Coalhada até hoje. Eu fiquei meio sem querer ir, porque minha mãe já tinha avisado que não era pra ir ver o circo, mas como meu amigo me chamou, eu não podia deixar de ir pois era pertinho de casa, e afinal de contas não tinha nada demais.
Então fomos, era uma tarde de sol maravilhosa, com muito sol e calor, Huckinho vendendo picolé ( puta que pariu, naquela época Huckinho já era antigo ) nos compramos logo, um de côco torrado e o outrode creme Holandês,estava uma delícia, ficamos olhando os animais, os camelos, girafas, leões, elefantes, tigres, e os malditos macacos, eles eram muito engraçados ficavam fazendo brincadeiras com as crianças. Foi quando um menino achou de colocar a mão dentro da jaula, não me pergunte o por quê. O miserável do macaco não contou conversa, atacou o moleque e fez um corte enorme no braço dele, saia muito sangue, ele conseguiu se livrar do macaco mas o braço tava esfacelado, o bicho tinha arregaçado o braço do menino... Nessa agonia toda, não sabia que o pior estava por acontecer, pense em um sopapo forte mas muito forte mesmo, foi o que eu tomei da minha genitora perante a tudo e a todos no pé do escutador de fofoca, tão forte que acho que não escuto direito até hoje, era minha mãe com muita raiva porque tinha desobedecido ela, e o mais interessante é que o menino que tinha o braço devorado pelo macaco não era mais o alvo das atenções e sim o que estava sendo arrastado pela orelha.
Até hoje Gilvanei, tira onda da minha cara com aquele episódio...
Texto por Alex Varella.
Postado por Quinho Castro.