sexta-feira, 27 de junho de 2008

FUMAÇA COM CHUVA

Salvador está um caos, não consigo fazer nada quando chove nessa cidade- disse uma mulher no ponto de ônibus em frente a um supermercado. Percebi que não tinha sido comigo, mas sabia que era um desabafo de um trabalhador angustiado, com um objetivo fracassado. Ainda atento o comportamento da tal, ela não se contentou com o resmungo e puxou um cigarro da bolsa. Levou até a boca, e rapidamente pediu fogo ao ambulante que vendia protetores de " smart card". Ligeiro como o tempo, puxou um isquero do bolso e ascendeu o tarugo da senhora .Ela agradeceu e automaticamente deu as costa ao vendedor. Onde o mesmo, saiu em sentido contrário para bater a sua meta do dia.
Restando só no local, uma fumaça ...

quarta-feira, 18 de junho de 2008

PENSAMENTO DE UMA FAVELADO APAIXONADO

Os tiros foram dados para o alto, as crianças foram tiradas das ruas , os coletivos foram todos sacados e incendiados, as mulheres choraram horrores e os homens enfurecidos, removiam os corpos expostos ao sol. Nada mais era que um dia na favela...Do outro lado da rua, ou melhor, no asfalto, as crianças aprisionadas aos “playgrounds” , interagia com as babás. Que paquerava os motoristas do patrão, que assistia mais um noticiário sobre, a policia na favela. Nada mais era que um dia no asfalto.

Pouco tenho pra te oferecer
Tenho uma vida , tenho uma família
Gosto da minha mãe, abençoada seja
Por que tirá-la de mim

A vida que levo não empresto
Não dou e nem troco
Sou assim , vivo assim
Tenho na cabeça, uma cicatriz de vingança

Levando a minha vida, que é minha
Trará uma vida que não é sua
Meu corpo minha mente é seu
Uma mala nas mão sem itinerário

Capricha na sua vontade, sem motivo
Leva essa bagagem que não é sua
Pra onde irá com tanta pressa?
Se não tem um segmento

Liberdade nasceu para usar
Acreditar em uma um dia
Na luz , na vela, no farol
O amor ainda arde quando comemos.

domingo, 15 de junho de 2008

Crianças em carbureto

Crianças em carbureto

...automaticamente ela respondeu a sua mãe em um tom de ironia, que silicone servia tanto pros seios quanto pro bumbum. A reação da outra mãe que presenciava aquela conversa de “mulheres”, foi de imediato à feição. Franziu a testa e, monologou em um tom de discórdia, “meu Deus!” A mãe que entretida na conversa com a pequena garota, passou despercebida, do alto grau de informação que tinha aquela criança. Aparentemente a pequena notável tinha uns 6 anos de idade. Gesticulava, confirmava, interagia, gritava com a mãe, que mais uma vez, passava despercebida com as atitudes da menina-mulher. Engraçado que, a sua roupa era de igual pra igual com a da sua mãe, saia um palmo, camisa top, salto alto, unhas pintadas, óculos preso a cabeça e bolsa de couro no ombro.
Pelo simples fato de ter uma máquina na minha casa, consigo ver o mundo de uma forma que, a dez anos atrás nenhum dos meus amigos de infância conseguiria ver. Perdi a noção do espaço, que já não era grande mesmo. Os meus brinquedos são baby, a minha roupa de homem-aranha, virou fardamento pra festas de “ralouin”, mas o que é isto mesmo? E assim tento entender o porquê de nossas crianças de hoje, serem tão diferentes das de ontem. Onde foi que eu errei? Se errei, em que momento, num palavrão, num não, numa atitude grosseira comigo mesmo, ou por ter comprado uma máquina?
Aos dois já sei dizer o que quero,... à máquina. Aos cinco, já sei mexer... na máquina. Aos dez, já viajo sozinho... na máquina. E aos quinze já tenho moléstia... da máquina.
Como uma manga ou uma banana, que cortada antes do tempo é posta para amadurecer, são as crianças de hoje. Sem pai e mãe, educadas por babás e motoristas, os moleques esnobam os seus maus costumes e atrofiam a sua fase de brincadeiras.
Crianças em carbureto sofrem com como verde que foi tirado, e se tornam amarelas, simplesmente, meninos-amarelos.

ENXAQUECA

A minha cabeça não para de girar
Assim como a terra em torno do sol
Uma translação coletiva
Uma ânsia de vômito no prato de comida

Estúpido seja o remédio que veio de longe
Viajando na minha mente insólita
Atrás de uma única conexão mal resolvida
Assim seja essa turbulência da minha vida

Em suco de limão , invade a minha privacidade
Quero sentir um cheiro e até mesmo uma sabor
O tal do suco de limão, amarga a dor sem ordem
Quero apenas beber sem ver o mundo girar

No hemisfério norte a solução nunca chega
No sul , nem se quer trepida
No sul uma maravilha
O norte só quer comida

Os agoros são lançados ao alto
Sem um ponto de partida e nem de chegada
Desconheço a vontade amar
Eu só quero ser egoísta

Numa caixa de fazer férulas
Nem se quer percebo o vestido novo
No baralho em embaralho a busca e um ás
Não quero mais nada q viver em paz

Essa tal de enxaqueca que me é fiel
Sempre percebo a sua presença
Por mais tempo que esqueça
Ela marca presença na minha cabeça

Essa tal de enxaqueca

O quintal

Os ventos em notas rasgadas
Curcuveiam as calças de veludo no varal
Preso em blocks de jacaré de pau
A última gota é totalmente sublimada

O tamarineiro de vovó
em companhia do saputi e carambola
Com os tenis preto da escola
faço traves para jogar bola.

Os cágados de vovô
trepam intensamente em sons bronco
" LIÃO" fiel ao seu velho
Era um quintal sem mistério.
( por quinho)

quarta-feira, 4 de junho de 2008

O GALO CANTA AO SONS DAS BALAS DE FOGO.

Ao ligar a televisão, por volta das 12:30 hs , no dia 3 de Junho de 2008, recebo uma notícia que chamou muito minha atenção. Um moradora do bairro São José no interior da Ba, coloca a vizinha na justiça. Até aí tudo bem , pensei. Mas o pior estava por chegar, ela colocou a vizinha na justiça, alengando o canto insuportável do galo. E queria que alguém tomasse devidas providências, pois ela não estava conseguindo dormi. " esse galo perdeu o controle e a noção do tempo, ele canta pela manhã , tarde e noite, não existi tempo ruim para esse filho da peste" - desabafou.
Continuei atento aquela incongruente notícia. O dono do galo nada satisfeito, contratou um advogado para defender o próprio que, inocente continuava à cantar. O repórter ainda não muito alegre com as afirmações dos réus, fez a seguinte pergunta ao Doutor:
- E agora, qual será o próximo passo da justiça com relação à ave?- Ironico reporte.
- O caso vai ser encaminhado para 15° vara, onde o juiz terá o poder de decisão sobre as condutas do animal- respondeu o advogado.
E para finalizar toda aquela cena drástica do bicho-espora, a Dona que colocou a ave no " pau", indignada persiste: " QUERO SÓ TER O DIREITO DE DORMI EM PAZ, QUERO JUSTIÇA!".
Ao mudar de canal, atento as notícias, vejo outra chamada: " MORADORES DA ZONA SUL DO RIO DE JANEIRO, ABANDONAM SUAS CASAS PELA ZUADA INFERNAL DOS TIROTEIOS ENTRE A POLÍCIA E OS BANDIDOS".( por Quinho Castro)

segunda-feira, 2 de junho de 2008

Sendo um Dromedário

Sonhei sendo um dromedário
Acordei um camelo
O espelho refletiu um macaco
Na carteira consta um mendigo

Um bode em som punk
Amoita no atabaque ubanda
Danço em ritmo frenético
Stones, beatles, e who

Sonhei sendo Elvis
Acordei Gonzaga
O espelho refletiu um trovador
Na carteira consta um mulambo

Um Mozart em baile russo
Esconde no berimbau africano
Dança ciranda em rabeca
Sou Ned, Cartola, e Carlos.

Festa só para convidados

Tinha que decidir tudo naquele momento, eram milhões de dúvidas, o corpo excretara suor sem parar, ou era sim ,ou era sim. As pessoas ao meu lado gritavam em coro contínuo, pedia ao deuses que me conduzisse a posição correta. Chamei por tudo que é mais sagrado no mundo, acreditei até mesmo em pé de coelho batido com arruda em pilão de pau-brasil. No sinal da cruz, em nome do pai , do filho e do espírito santo, amém. Sair correndo em direção ao pênalti, fechei os olhos e dei um bom de um ponta pé. A torcida se calou, o repórter em pausa, a tv em 3D, o goleiro em vôo livre e a bola em leis da física. A equação era só uma, x= 1 e Y= 0. Mas não deu outra, o travessão pediu perdão e proibiu que aquela " gorduchinha" entrasse no baile, e ainda insistente voltou a bater na porta,mas o travessão era mesmo um profissional, não deixou de jeito algum a fofinha entrar na festa sem convite.Era mais uma loteria ... ( por quinho)