domingo, 15 de junho de 2008

Crianças em carbureto

Crianças em carbureto

...automaticamente ela respondeu a sua mãe em um tom de ironia, que silicone servia tanto pros seios quanto pro bumbum. A reação da outra mãe que presenciava aquela conversa de “mulheres”, foi de imediato à feição. Franziu a testa e, monologou em um tom de discórdia, “meu Deus!” A mãe que entretida na conversa com a pequena garota, passou despercebida, do alto grau de informação que tinha aquela criança. Aparentemente a pequena notável tinha uns 6 anos de idade. Gesticulava, confirmava, interagia, gritava com a mãe, que mais uma vez, passava despercebida com as atitudes da menina-mulher. Engraçado que, a sua roupa era de igual pra igual com a da sua mãe, saia um palmo, camisa top, salto alto, unhas pintadas, óculos preso a cabeça e bolsa de couro no ombro.
Pelo simples fato de ter uma máquina na minha casa, consigo ver o mundo de uma forma que, a dez anos atrás nenhum dos meus amigos de infância conseguiria ver. Perdi a noção do espaço, que já não era grande mesmo. Os meus brinquedos são baby, a minha roupa de homem-aranha, virou fardamento pra festas de “ralouin”, mas o que é isto mesmo? E assim tento entender o porquê de nossas crianças de hoje, serem tão diferentes das de ontem. Onde foi que eu errei? Se errei, em que momento, num palavrão, num não, numa atitude grosseira comigo mesmo, ou por ter comprado uma máquina?
Aos dois já sei dizer o que quero,... à máquina. Aos cinco, já sei mexer... na máquina. Aos dez, já viajo sozinho... na máquina. E aos quinze já tenho moléstia... da máquina.
Como uma manga ou uma banana, que cortada antes do tempo é posta para amadurecer, são as crianças de hoje. Sem pai e mãe, educadas por babás e motoristas, os moleques esnobam os seus maus costumes e atrofiam a sua fase de brincadeiras.
Crianças em carbureto sofrem com como verde que foi tirado, e se tornam amarelas, simplesmente, meninos-amarelos.

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