domingo, 14 de setembro de 2008

Nostalgia de um Vassoreiro!

Nostalgia de um Vassoreiro!
Tinha que correr, não por que estava atrasado e sim por causa da chuva. Era uma chuva bem fininha, tipo aquelas que nos pegam de surpresa quando a gente menos espera. Estava indo para a faculdade, ia apresentar um seminário. E tem essa de figurino, calça social, camisa de manga comprida, sapato de couro e muito gel no cabelo. Era um modelo “ Jonh Travolta”, na época dos embalos de sábado a noite.
Pensei alto com a roupa encharcada de água ao chegar no ponto de ônibus: “Puta que pariu! Essas porras só acontecem comigo, hoje é meu dia!”
O ponto estava entupido de estudante, uns com a cara de sono, outros tentando decorar o assunto da prova e uns sacanas querendo rir da minha desgraça.
Nessa de esperar passar a chuva o ponto foi enchendo mais e mais. Não tinham só passageiros na espera, tinha ambulante pra caramba. E um deles me chamou atenção. Era um vassoreiro, meu Deus há anos não via um vassoreiro na ativa! A última vez que tinha presenciado um cidadão vendendo vassoura foi na época que eu ainda morava no interior, em média uns 10 anos.
Naquele rebú todo, tentava ouvir uma música que saia do bolso do vendedor. Era uma música antiga, brega, mas que passava uma mensagem tão interessante que me chamou muito atenção.
Percebi que os olhos do trabalhador enchiam d´agua, e aos poucos ele foi se envolvendo com a música chegando ao ponto de deixar escapar uma lágrima.
Era um senhor de aproximadamente seus 60 anos, não sei o que passava naquela hora na cabeça dele. Mas o seu coração era tão limpo e verdadeiro quanto um vassoreiro.

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