sábado, 26 de julho de 2008

Não sei o nome dele não...

Não sei o nome dele não

Não sabia diferenciar o odor do seu corpo do da cidade. A sua camisa molhada de suor expelia nojo nos olhos de quem o observava. O seu bigode bem fininho fazia o tipo canastrão. O seu jeans “lavado” estampava pano de chão de oficina pós- moderna. O seu calçado era uma bota sete léguas cortada em forma de chinelo. As unhas, em graxa de máquinas de fazer barulho. Os calos expostos ajudavam a tatuagem em forma de nuvem com raio.Na sua carteira, uma nota de R$ 2,00 e uma foto PB, aparentemente de seus avôs. Uma pata-pata, uma carteira de Derby, com 3 cigarros e muito papel de jogo do bicho.O corpo estirado no asfalto quente. Muita gente ao seu redor. As máquinas de fazer barulho, ainda ativadas. Agora, acompanhado da sirene da ambulância.Seu nome, quase ninguém sabia...

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