... não tinha quem não ouvisse no supermercado. O grave era muito forte, " eu quero,eu quero,eu quero...", era uma pirralha de aproximadamente 11 anitos que indagava querer alguma coisa. Não sabia o que era, mas todos alí sabiam que ela queria algo, que para a própria era muito especial. Um chocolate,um brinquedo quem sabe um tipo de iogurte light com flocos chileno, sei lá ( de uma criança se espera de tudo!!)
Atormentado pelo coro rasgado aos tímpanos, saio da minha sessão de massas e vou de encontro a pequena. Curioso?!!Não, não sou muito... ( todo curioso insiste que não é curioso!)Chegando lá, uma caboclinha de 1 metro e 20, cabelos lisos,camisa rosa com coelhinho na frente, shorte vermelho e sandália de borracha. Ela corria e parava, corria e parava, quando não aguentava mais se jogava ao chão, e ao mesmo tempo parava de chorar. Tipo, um som de rádio que você aumenta e dimninui o som...
Era muito interessante que todos que ali passavam,olhavam assustados e davam palpites para si mesmo, até quem estava acompanhado. A mãe da pequena, insistia em não atender o desejo da infanto e o pai no celular que não largava para nada. cheguei até ouvir um pouco da sua conversa, falava de assinaturas, prefeitura, algo desse gênero.
Não conformado com aquilo tudo, chego perto da menininha e brinco com sua camisa, falando que ela estava linda com a camisa do cachorrinho(insisto nesses diminutivos chatos). Ela parou de chorar, limpou a bába que escorria o rosto, jogou o cabelo para o lado e lascou a chorar mais alto de forte olhando para mãe. Mudando todo o discurso do choro, assim ela chorava e gritava:
"... isso não é um cahorrinho é uma coelhinho,buáaaaaaaaa...eu te falei minha mãe,buáaaaa"
Depois de muito custo, eu descobrir que o choro era por causa da camisa...
