terça-feira, 15 de julho de 2008

Era mais um dia de Isaura

O relógio mau educado como sempre, esberra uma nota em grave profundo. Eram 4 da matina, tinha que levantar para pegar no " batente". Era mais um dia de Isaura. Sentada a beira da cama, fez o sinal da cruz, e em frações de segundo rezou o Pai Nosso. Elevou o seu braço negro e gordo ao teto, espreguiçando-se como um cão vira lata em churrascaria, em beira de estrada. Vestia uma calçola que , naquele momento atolava ao seu rabo gordo e empreguinado de celulite.Um curiosidade, na sua " lingerie vermelha" tamanho GG, tinha uma palavra que dizia o seguinte : urghghggh, com uma carinha de bravo. Na sua parte de cima, uma camisa cortada no umbigo, com uma foto estampada de um político, que naquele momento sorria para ela, com um ar de ironia. Arrumou a sua cama, dobrou o seu cobertor do tipo chanil, forrou com um lençol do seu time preferido e assobiou para o seu parceiro fiel. Era um cachorro da raça poodle, que sua patroa tinha doado. Escovou os últimos dentes que te restavam, jogou ao seu sovaco doses de leite de rosas, barrunfou o seu cangote com uma fragrância a base de alfazema, e retocou o seu cabelo com a velha chapinha. Vestiu sua calça jeans, que apertava mais que algema em vagabundo, uma camisa super florida ,porém apertadíssima, onde delineava suas curvas banha, um tamanco nem muito alto nem baixo, e uma bolsa preta super discreta. Afegou o seu parceiro peludo, com uma pitoca no seu nariz gelado, e beijou a foto de Fábio Junior que estampava a porta do seu guarda roupa. Trancou o seu barraco e partiu.
Era mais um dia de Isaura...

Um comentário:

Unknown disse...

Hahahaha! Muito bom Quinho..
Não sei de onde vc tira essas coisas.. mas o q era pra ser "trágico" tornou-se cômico!
=)
Bj