quinta-feira, 11 de junho de 2009

A Dama de Azul



Não sabia ela que a sua beleza era realmente estonteante, os seus cabelos lisos feitos fios de retroz, a sua cor aparecia no cenário como algo não definido e a sua pureza d´alma penetrava aos olhos dos homens brutos. Ao seu copo longilíneo, um vestido longo azul turquesa, pés no chão e feição de anjo derrotado. As lágrimas banhavam seus rubis oculares, mãos trêmulas e gélidas e passos de lebre em fuga das balas sanguinária do caçador ordinário.
O cenário era pulcro, mas a situação era pobre, não podia imaginar que o mundo conspirava contra toda a sua vida. A pequena Lady no país dos pestes sofria segundo a segundo, sofria,sofria , sofria...Nada claro ficou aos curiosos letreiros, não era amor nem se quer dinheiro, sua saúde estava intacta e sua família abençoada. Diante o abismo das grandes rochas recitou um pequeno poema ao seu Deus:
Leva-me como trouxe
Perdoa os meus pecados
As asas que pôs em mim
Depena e atira ao fogo
Estou presa ao inconformismo
Estou lúcida da verdade
Sagaz foi meu castigo
Que entrego a realidade
Atirando o seu corpo ao infinito despenca sem aterrissagem, a pequena Lady-Alada não consegue mais voar, o seu fim chegou de forma brusca e impiedosa.

O quadro Dama de Azul, pintado por Maria Helena Castro