sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Um baiano na Rússia - II

Segunda Parte – Viagem até Roma

Pensei alto, essa viagem vai ser uma merda, odeio passar noite em uma cadeira de avião. Não existe lugar melhor para dormir que não seja a nossa cama. Mas como tudo no início são flores, não dei muita moral ao tal pensamento alto. A minha poltrona era 17 C, no meu lado uma italiana mas que na verdade era um brasileira tirada a italiana e do outro uma senhora paraguaia ( sabia que ela era do Paraguai, pois quando cheguei puxei conversa, sou baiano né porra !!!). Primeira hora de viagem beleza sem problema, até porque tinha que me poupar era 11 horas de viagem até a cidade da moda. Que saco cara, chegou um momento onde o tempo parou, já tinha assistido 3 filmes, jogado todos jogos do Ipad, cochilado mas nada . A TV acima avisava que ainda faltava 8560 km e que a temperatura lá fora estava – 56C. Que saco... Apelei para os quadrinho de Robert Crumb,mas nada, o tempo era cruel com o baiano nato de Alagoinhas Bahia.
Já por volta da 2 e meia ( horário BR), as pernas começaram a doer, tinha que fazer algo logo,pois sabia que lá na frente essa dor ia piorar. O pior é que estava em uma poltrona no meio, e ia incomodar a anã paraguaia que parecia muito com cigano, deveria ter parentesco com Sidnei Magal. Dei uma caminhada rápida pelo corredor, percebi que a maioria das pessoas estavam dormindo, ou melhor, cochilando não é possível que alguém consiga dormir naquela situação. Fui ao banheiro, molhei o rosto e voltei para a tal poltrona dos diabos. Mas mesmo assim tentava me diverti um pouco, estava sobrevoando o deserto do SAARA, tinha passado por DAKAR, e outras cidades que não lembro mais. Meu Deus do céu, isso nunca chega.
Já em Roma, tomei logo de cara uma corrente de vento frio,ou melhor, gelado nos peito e percebi que o negócio não ia ser fácil. Porto da Barra uma hora dessa deve esta pegando fogo, e eu aqui no meio de tanta neve, e pessoas frias, diga se de passagem muito bem vestidas.
Comi uma típica pizza italiana ( achei meio Hut), sabor mussarela acompanhada com a clássica e velha coca cola. Logo em seguida pedi um doce chamado ALIZZIA, que é um folheado de goiabada com um pouco de café. Uma culinária de invejar, um balcão lindo com muitas iguarias,quitutes italianos. Não podia comer tudo, mas vontade era o que não faltava.
Já de saco cheio de tanto free shoping, sossego em uma loja de roupas para frio. Sou recepcionado por uma vendedora que, na maior cara de pau oferece um casaco de pele, explicando que aquela pele era de um animal X que, morreu sem sentir dor e que era super comum na região.Respondi que não e sair pensativo com aquela afirmação, ou vendedora estava querendo mostrar serviço ou eu sou muito idiota em não acompanhar a “tal moda italiana”?.