terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Pé de P...



... olhei para o relógio marcava 12:13 ( escrevi 13 pq era digital, se não fosse nunca falaria 13, aproximaria logo para 15).De imediato olho para o céu, e vejo tudo azul, sem nenhuma nuvem. Olhei também para o asfalto, tava tipo filme do velho oeste, sem nenhum vento e imagens distorcidas. Que inferno é esse, tá muito quento - retruquei em baixo tom para que ninguém ali no ponto de ônibus percebesse. Estava esperando o transporte para levar uma documentação ao cartório, " odeio cartório" !
Terno escuro, gravata clara, camisa branca, calça escura, sapato de couro bico fino, cabelo engomado, pasta preta tipo 007, óculos Raybam da Coréia e as costas molhada de suor. Estava puto, não com o rio Jequitionha que habitava em minhas costas e sim com a demora do ônibus. Parecia que os " meninos lá de cima" estava me sacaneando, a cada minuto que conferia no meu roscrofe, chegava um cidadão no ponto, e olhe que o ponto no máximo cabiam umas 10 pessoas. E mais bacana disso tudo era que, ninguém queria fica no sol,ou seja fora do ponto. A medida que o tempo ia passando a porra do ponto ia super lotando, era um tal de licença aqui, licença aí...puta que pariu meu loiro! E cada um no seu estilo, uns vendendo picolé ( tinha que ficar na sombra se não o picolé bóia e picolé boiado na Bahia não se vende!), estudante de medicina com aquelas bíblias enormes na mão, mãe segurando filho que tinha acabado de sair do hospital, freiras com seus enormes capuchinhos, maloqueiros gordos com cabelo tipo Neymar...era só o que faltava!
Quando eu achava que não ia caber mais pessoa ali no mega-mini-espaço, um cidadão puxa um tabuleiro,ou melhor uma folha de papelão, tres fôrmas de empada e uma bolinha de borracha e começa a chamar o povo para apostar. Ele escondia a bolinha em uma das 3 fôrminhas e quem acertasse ganharia uma grana.Joga para um lado,para o outro, chama por Pelé, Zico até o tal do Messi estava envolvido.
Não deu outra, alguém chamou a polícia e apontou para os maloqueiros que jogava a tal bolinha, a polícia invadiu o ponto, empurrou criança, bateu em capenga, pisou no meu pé, discutiu com a vovó, quebrou a caixa de picolé do homem que tinha um adesivo bem gande " DEUS QUE ME DEU".
Depois disso tudo meu ônibus chegou, pensava eu que ia me livrar dessa zona, que nada, todos que estavam ali no ponto, estava esperando o mesmo ônibus que eu... dalí em diante rolou outra novela.